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Mercado imobiliário em 2024 tem resultados acima das expectativas e projeções promissoras para 2025
Especialistas trazem um panorama sobre desafios do setor, resultados do ano e expectativas para o próximo
Uma pesquisa da Brain Inteligência Estratégica aponta que grande parte das empresas do setor imobiliário superou as expectativas de vendas em 2024, mesmo com um cenário de incertezas políticas e econômicas observado por especialistas do mercado.
Os dados indicam que 56% das empresas do ramo imobiliário entrevistadas tiveram desempenho de vendas de acordo com as metas do início do ano, e 17% superaram essas metas. Em ambos os casos, as empresas têm porte superior a R$100 milhões e 69% das que registraram vendas de acordo das metas previstas ultrapassam os R$500 milhões.
A pesquisa contou com 189 empresas de todo o Brasil. Para Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain, indicam que as circunstâncias do ano foram mais favoráveis para empresas que já possuem maior consolidação no mercado e puderam se preparar melhor para 2024.
“Das empresas acima de R$ 500 milhões, apenas 8% diz que vendeu menos do que previu. Justamente as empresas menores que estão com resultado abaixo. Dá para dizer que as empresas grandes estavam melhor preparadas para enfrentar o ano e foram melhor do que previam e as empresas menores não foram tão bem assim”, afirma Araújo.
Segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), considerando o número de vendas de imóveis no primeiro semestre de 2024 cresceu 15,2% em relação ao ao mesmo período de 2023, com 180.162 unidades vendidas. O VGV foi de R$ 102 bilhões, representando uma alta de 19,3%.
Desafios que exigem atenção
Para o próximo ano, o mercado imobiliário e hoteleiro deve estar preparado para lidar com as incertezas políticas e econômicas, além do aumento dos custos de materiais e serviços, uma preocupação significativa de 2024 que impacta diretamente a rentabilidade dos empreendimentos.
“As leis que acabam sendo mudadas no meio do caminho trazem uma insegurança muito grande para quem empreende, principalmente para o investidor de fora. Como que o investidor pode se planejar a médio e longo prazo se não tiver segurança jurídica e junto com ela a segurança política e econômica?”, menciona Caio Calfat, presidente da ADIT Brasil e diretor da Caio Calfat Real Estate Consulting.
Além disso, a burocracia no processo de aprovação de projetos, especialmente para empreendimentos de multipropriedade, continua exigindo bastante precaução e a agilidade das operações, demandando soluções que equilibrem eficiência e conformidade com as regulamentações.
“Eu escutei tantas vezes este ano que as prefeituras não conhecem o formato de multipropriedade, que eles não sabem o que tem que ser feito, além das questões ambientais e todas as partes de permissões, porque realmente é um modelo relativamente novo para muitos destinos”, alerta Alejandro Moreno, CEO da Trul Hotéis.
Tendências e perspectivas para 2025
Entretanto, as tendências para 2025 no mercado imobiliário e hoteleiro apontam para um cenário de crescimento, com expectativas de desempenho superior ao de 2024. A multipropriedade continua em expansão, consolidando-se como um modelo de negócio estratégico e atrativo.
“Nós temos 200 empreendimentos espalhados em 90 cidades do país, de 19 estados brasileiros, produzindo um VGV próximo de 8 bilhões de reais. Esses empreendimentos são contabilizados a partir do momento que eles já estejam à venda”, explica Calfat.
“Nenhum outro modelo de empreendimento turístico cresceu na história do Brasil como esse modelo de negócios e cresceu numa época bastante improvável, porque nós tivemos duas crises de sequência”, complementa o presidente da ADIT Brasil.
A crescente integração entre os setores de hotelaria e incorporação promete gerar novas oportunidades, especialmente em projetos que aliam hospedagem e soluções residenciais inovadoras. O foco em planejamento estratégico e na adaptação às demandas do mercado será crucial para capitalizar as oportunidades.
“Hoje tem se vendido muito pouco condo-hotel e tem se vendido muito mais unidades residenciais administradas por um hotel. Esse modelo tem sido muito forte, em especial no Nordeste, que tem um turismo de lazer muito grande, e na cidade de São Paulo, com hotéis boutiques misturados com residencial de altíssima renda”, conta Araújo.
Os especialistas citam ainda a Lei do PERSE e a possível regulamentação de cassinos como fatores que devem influenciar o mercado imobiliário e turístico em 2025. Além disso, as empresas precisam acompanhar de perto as mudanças na reforma tributária, que podem alterar significativamente a estrutura de custos e benefícios do setor.
Para conferir mais detalhes sobre a opinião de Caio Calfat, Fábio Tadeu Araújo e Alejandro Moreno, assista ao webinar “Avaliação do Mercado Imobiliário em 2024 e as Projeções para 2025”, realizado na última terça-feira (10).
A pesquisa completa da Brain também pode ser acessada clicando aqui.
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