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Setor hoteleiro trabalha com perspectivas positivas para o Brasil
Primeiro ADIT Hotel – Seminário sobre Desenvolvimento e Investimentos Hoteleiros destaca previsões otimistas de CEOs importantes em negócios de hospitalidade
São Paulo, novembro de 2018 – Os próximos anos serão de retomada e crescimento para a hotelaria no Brasil, em meio a um cenário marcado por conversões de marcas, uso intensificado de novas tecnologias e busca implacável pela fidelização dos clientes, com ofertas de novas experiências. Esse foi o panorama traçado por diretores gerais de importantes redes de hospitalidade no ADIT Hotel – Seminário sobre Desenvolvimento e Investimentos Hoteleiros, que teve sua primeira edição realizada ontem (5/11) no Pullman Hotel Vila Olímpia São Paulo. O evento é organizado pela ADIT Brasil – Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil.
Patrick Mendes, da AccorHotels, Alejandro Moreno, da Wyndham Hotel & Resorts, e Roberto Bertino, da Nobile Hotels, foram os convidados para o painel “CEOs: para onde caminha a hotelaria nacional”. O encontro foi mediado por Felipe Cavalcante, presidente da ADIT Brasil, e mostrou que o setor tem perspectivas positivas. “Os últimos três anos no Brasil foram dramáticos para o negócio hoteleiro”, definiu Mendes. “Agora, com as mudanças políticas e, aos poucos, com a saída da crise, a tendência é de aquecimento do turismo e das viagens de negócios”.
Os debatedores concordaram que a profusão de marcas nos portfólios das redes permite atender a variados perfis de clientes, mas pode deixar o consumidor confuso. Segundo eles, isso já vem sendo atenuado com criações de mais chancelas guarda-chuvas, além de associações de novas bandeiras a referências do mercado. “Marcas para outros públicos poderão ter a assinatura ‘by Wyndham’”, exemplificou Moreno. Por sua vez, Bertino acredita que as conversões seguirão em alta. “O Brasil tem 10 mil hotéis e 540 mil quartos, ou seja, potencial para consolidação de nomes fortes”.
O setor está atento a novos anseios e hábitos do consumidor. “Já não dá para dividir o negócio entre hotelaria para business e para turismo. Quem viaja a negócios também quer um momento de lazer, de imersão na cultura local”, ressaltou Mendes. Segundo ele, 30% dos negócios da AccorHotels já são “lazer-driven”. Para Moreno, o Brasil é mais enxergado como destino de lazer por turistas de países vizinhos. “Ainda podemos ser olhados com mais carinho pelo resto do mundo”. Bertino ponderou que um embaraço para a hotelaria de lazer é a dependência grande das operadoras de turismo. “Ademais, os voos e a malha aérea são insuficientes, principalmente no Nordeste”, acrescentou o executivo.
Mendes falou sobre o impacto da internet e das redes sociais no setor, destacando que o público quer ser surpreendido, não quer mais padronização. “Por trinta ou quarenta anos oferecemos o mesmo quarto, a mesma cama, o mesmo botão. De cinco anos para cá a mesmice virou o demônio. O cliente quer que uma mesma rede ofereça acomodações diferentes em diferentes localidades”, declarou o CEO da AccorHotels. Para ele, a tecnologia terá papel importante nessa demanda. “Já temos, por exemplo, um quarto com cama rotatória, home cinema gigante, lavadora de roupas a seco e até um robô que faz o atendimento. São gadgets que começam a se tornar coisas importantes”.
Sobre o AirBNB e propostas emergentes para hospedagem, os debatedores os reconhecem como concorrentes em destinos de lazer, mas nem tanto no segmento corporativo.
Quanto à visão de futuro, a perspectiva é boa. Disse Mendes: “Já assistimos a um leve aquecimento do mercado, um tom menos negativo que o dos últimos três anos. Já realizamos o que podíamos em cortes de custos e melhorias organizacionais. Agora, temos de melhorar a qualidade da receita, aproveitar os programas de fidelidade ao máximo”. Moreno seguiu o mesmo tom. “No passado, eu não acreditava que o Brasil vivia de ciclos, mas hoje sei que isso é real. Temos de aproveitar momentos favoráveis para nos desenvolvermos e ampliar os serviços”.
Bertino frisou que, com a crise recente, as redes hoteleiras tornaram-se campeãs em gestão de custos. “Quem sobreviveu à crise sai fortalecido. Agora, é torcer para que as reformas estruturais necessárias sejam realizadas. O otimismo é constante, mas precisamos de uma conjuntura boa. Investir em hotéis não é tarefa fácil”.
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