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Certificações WELL e Fitwel: quais práticas definem saúde e bem-estar nos empreendimentos?
Entenda como novos projetos e espaços já construídos podem se adequar às necessidades de lazer, conforto, trabalho e interação da sociedade moderna
Em um contexto onde a qualidade de vida e a sustentabilidade estão sendo cada vez mais valorizadas, diferentes campanhas, diretrizes e práticas relacionadas a uma vida mais saudável e equilibrada estão surgindo no meio corporativo — inclusive no mercado imobiliário.
As certificações WELL e Fitwel, por exemplo, são programas de certificação de edifícios que se concentram no bem-estar dos ocupantes e na promoção de ambientes saudáveis. Elas são aplicadas por empresários e desenvolvedores imobiliários que buscam reforçar o compromisso com a satisfação e segurança humana.
Confira a seguir em detalhes as boas práticas recomendadas para adquirir essas certificações e empreendimentos que já estão fazendo a adesão.
Certificação Fitwell — Porto Belo Golf Resort
Desenvolvida pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos e pela Administração de Serviços Gerais (GSA), a certificação Fitwel se concentra em promover a saúde e o bem-estar nos ambientes construídos, com foco na promoção da atividade física e na redução do sedentarismo.
Os critérios de certificação Fitwel abrangem estratégias relacionadas à acessibilidade, design do ambiente construído, políticas de saúde e promoção da atividade física. Gabriela Antunes, especialista em sustentabilidade e gestão ambiental e gerente de meio ambiente e sustentabilidade na Wert, explica a importância dessas práticas na validação do Porto Belo Golf, localizado na cidade de Porto Belo, em Santa Catarina, como um empreendimento para a qualidade de vida.
“Com a certificação conseguimos valorar e comprovar para nossos clientes que o imóvel promoverá uma melhora na qualidade de vida dos usuários. […] A CTE nos assessora na implantação dessas certificações. Na primeira etapa identificamos quais itens são possíveis de implantação dentro do empreendimento para atender aos requisitos de pontuação das certificações”, diz a gerente.
Gabriela conta que após a definição dos itens, são apresentados os projetos e documentos que comprovam a implantação ou futura implantação dos requisitos solicitados pela certificação. Para ela, empreendimentos com essas certificações de qualidade de vida serão ainda mais procurados do que os que possuem certificação de sustentabilidade, por exemplo.
A gerente argumenta que, principalmente após a pandemia da Covid-19, as pessoas têm procurado melhorar a sua qualidade de vida, por isso a busca por imóveis que também promovam essa melhora tem se tornado uma tendência entre os consumidores finais.
No caso deste empreendimento, a implantação da certificação de qualidade de vida convida o morador a viver fora da sua casa, interagindo com o meio ambiente e as pessoas. Para as práticas esportivas, por exemplo, foi desenvolvido o Parque Art Design, que une pista de caminhada e ciclismo, a um pomar de 17 mil m² e pontos de descanso e reidratação.
“Um ponto muito importante é que, além de todas as estruturas implantadas pela certificação, como pista de caminhada, hortas, bebedouros, a certificação também instrui sobre o compromisso de operação do empreendimento na integração das pessoas ao meio, com feiras e eventos comunitários, pesquisas de satisfação, entre outros compromissos”.
Certificação WELL – Empreendimento Mandara
Desenvolvida pelo International WELL Building Institute (IWBI), a certificação WELL se concentra em melhorar a saúde e o bem-estar dos ocupantes por meio do ambiente construído. A certificação WELL é concedida em diferentes níveis, como Silver, Gold e Platinum, dependendo do grau de conformidade com os requisitos do programa.
O sistema WELL é baseado em sete categorias principais: ar, água, nutrição, luz, fitness, conforto e mente. Cada conceito é subdividido em diferentes recursos e estratégias de design que os edifícios podem implementar para promover a saúde e o bem-estar dos ocupantes.
Alguns dos aspectos trabalhados na infraestrutura do projeto incluem conforto lumínico, térmico e acústico, qualidade da água para consumo e tratamento de efluente de esgoto.
O Mandara, empreendimento residencial de alto padrão em Perequê, também Santa Catarina, tem a certificação no nível Platinum, sendo, atualmente, o único do país em lançamento comprometido com a certificação WELL e Leed.
O selo Leed se refere ao modo como o prédio se relaciona com o aspecto externo, como com seus vizinhos e com o meio ambiente, a natureza e os recursos naturais.
Para Ricardo Batista, da RBdev — empresa que presta consultoria para a certificação do Mandara, a junção dos dois selos proporciona o máximo que um prédio pode estar entregar de comprometimento com a sociedade, com o meio ambiente e com o próprio morador do empreendimento.
“Eu tenho que buscar muito mais atributos, eu tenho que me esforçar muito mais em inovação em processos, construtivos e escolhas de materiais para chegar nas classificações que são as mais altas que existem, tanto para Leed quanto para WELL” destaca Ricardo.
O executivo também aconselha que, além de não ser necessário que qualquer empreendimento seja certificado para adotar essas práticas, determinados conceitos já empregados e poucas adaptações podem ser suficientes para alcançar a norma.
“Acontece de muitos incorporadores terem uma série de cuidados com a água, com a energia, de ter essas preocupações sustentáveis e eles nem se dão conta que com um ou outro esforço a mais já estariam buscando algum tipo de certificação que agrega muito mais valor ao seu empreendimento e a marca da empresa”, orienta.
Ricardo fala que todo esse processo é muito ligado à inovação e ter empresas e profissionais especializados facilita a criação de estratégias que sejam mais adequadas ao projeto e proposta do empreendimento, alcançando soluções mais eficientes.
“A certificação é o fim de um processo de melhoria na construção e de ter uma marca mais responsável. A consultoria tem que entrar quando nasce o projeto, quando você vocaciona o produto final e sabe quem é a sua persona. A consultoria tem que estar ali para ajudar a abrir o leque de opções e dizer o que pode e o que não pode ser feito”, conclui.
- Por Maíra Sobral – Analista de conteúdo na ADIT Brasil
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