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Visitas técnicas por bairros planejados integram aprendizado in loco no COMPLAN
Quem participou da 12ª edição do COMPLAN e garantiu o ticket para as Visitas Técnicas pôde conhecer de perto, na última sexta-feira (21), os bairros planejados Jurerê In e Cidade Pedra Branca, na grande Florianópolis. Os locais são cases de sucesso nacional e a atividade integra o objetivo do evento: difundir conhecimento e aprendizado entre os participantes.
O roteiro entre os bairros foi realizado por dois grupos, totalizando mais de 80 participantes. A comitiva foi recebida pelos desenvolvedores e idealizadores dos empreendimentos, que compartilharam os desafios e conceitos aplicados em suas construções.
Para Mariângela Machado, Diretora da Focus Trading Desenvolvimento Urbano e Gestão, esses momentos são uma troca capaz de reduzir a curva de aprendizado, promovendo network e expondo não só os acertos, mas também os erros para que não sejam cometidos em outros empreendimentos.
“É aquele momento em que as pessoas saiam dos seus estados para ouvir as orientações de quem faz, dos craques do mercado, verificarem as produções e empreendimentos, e depois colocarem o pé na estrada. Ver na prática acontecendo e ver uma coisa muito linda que acontece na ADIT Brasil, que é a generosidade da troca. [Merecem destaque] a troca de uma experiência de licenciamento, aprovação, registro, lançamento e vivência com associações que farão a gestão futura desses empreendimentos, sem que nenhuma dessas fases seja subalterna a outra, mas que tenha o mesmo grau de importância em todas essas etapas. É isso que a gente aprendeu ouvindo aqueles que executam, aqueles que fazem”, pontua Mariângela.
Com a mensagem de construir cidades para as pessoas, Giulia Tolotti, CEO da GT Participações, destaca a possibilidade de poder visualizar a aplicabilidade dos conceitos e operacionalização.
“Acho que a visita in loco é a grande validação do que vimos nas palestras e exemplifica de forma muito clara a aplicabilidade dos conceitos. Também é uma oportunidade de troca com o time envolvido no projeto, que na visita esclarece pontos de operacionalização do bairro que vão surgindo durante a visita. Ficou muito claro que esse planejamento só funciona com estratégia e gestão de bairro muito bem planejadas”, expõe Giulia.
Os bairros visitados são dois dos primeiros construídos no Brasil e se tornaram referência no que diz respeito ao Novo Urbanismo, voltando seu desenvolvimento para um resgate da relação entre pessoas e cidades, priorizando a vida em comunidade.
“Trazer nossos participantes à prática, ver de perto e vivenciar o que é a vida em comunidade dentro desses bairros planejados é uma forma de trazer insights, criar atalhos para os desafios e exemplos com os erros e acertos. Dessa forma, a ADIT Brasil se torna uma peça importante ao semear a mensagem de que o conceito de cidades para pessoas é o que vem transformando o espaço urbano para melhor”, declara Martín Díaz, Presidente Executivo da ADIT Brasil.
Saiba mais sobre os bairros:
Cidade Pedra Branca
A história da Pedra Branca começa no final da década de 90, quando se planejou a transformação de uma fazenda familiar em um bairro diferenciado no município de Palhoça, na Grande Florianópolis. Desde o seu início o bairro teve como grande âncora a Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul, que aqui se instalou, trazendo vida e movimento ao empreendimento. Com um total de 2.300 lotes, em cerca de 250 hectares, aos poucos os lotes unifamiliares, mistos e comerciais foram ganhando vida e o bairro foi se tornando uma realidade. Muitas pessoas vêm desfrutar dos parques, praças e lagos que o bairro oferece – que em 2014 já possuía 7.000 estudantes, 5.000 habitantes e 5.500 empregos. O processo de criação do Masterplan Pedra Branca para uma nova centralidade na área continental da Grande Florianópolis envolveu 11 escritórios de arquitetura e urbanismo e importantes consultores nacionais e internacionais, dentre eles Jaime Lerner, “guru” do urbanismo brasileiro.
Jurerê Internacional
Planejamento integrado, reserva da biosfera em ambiente urbano, placemaking e cidade-jardim: esses foram alguns dos conceitos empregados ao longo de 40 anos no desenvolvimento de Jurerê Internacional, bairro planejado de Florianópolis que tem a revisão e a atualização do seu processo de implantação entre as razões do seu triunfo. Tudo começou na década de 70, quando um grupo empresarial do Rio Grande do Sul, a Habitasul, comprou a área de Jurerê que ainda não tinha sido loteada e desenvolvida. A Habitasul, então, criou um projeto diferenciado para essa parte. Fez o loteamento, criou um padrão para as construções e denominou essa área de Jurerê como “Jurerê Internacional”. Desde então, existem essas duas partes: o mais antigo e tradicional (Jurerê) e o mais novo (Jurerê Internacional). Inclusive não há nem mesmo uma divisão física entre os dois bairros.
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