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Turismo compartilhado avança no Brasil e cria nova tendência de negócio
Para executivo do setor, o investimento menor para o cliente final e as vantagens em dividir gastos fixos como manutenção são os grandes atrativos

Tendência mundial, a economia compartilhada tem gerado mudanças conceituais em diversos segmentos. Dentre eles, o setor de turismo que abriu caminho para a expansão do turismo compartilhado, onde empreendimentos são adquiridos por famílias que compram frações do imóvel. São os multiproprietários.
O mercado de propriedade compartilhada movimenta bilhões de reais por ano e atrai cada vez mais empresas interessadas em realizar negócios nesse segmento. Os empreendimentos compartilhados (ou fractional) se destinam ao público interessado em manter uma casa de veraneio sem arcar sozinho com os custos pós-compra: manutenção, segurança, impostos. Estes imóveis – casas ou apartamentos em condomínios ou resorts, com acesso a praia ou parque aquático – possuem alguns serviços de hotelaria e a unidade autônoma é fracionada entre os donos.
Esse conceito tem ganhado espaço no mercado imobiliário brasileiro. Segundo o diretor executivo da W Palmerston Holding, Ênio Almeida, não se trata de algo passageiro, mas algo que veio para provocar uma profunda mudança nos setores imobiliário, hoteleiro e turístico. Na entrevista concedida à ADIT Brasil, Andrade explica o sucesso desse modelo de negócio no Brasil.
Como você analisa o turismo compartilhado hoje no Brasil?
Ênio Almeida – É uma tendência sem volta, hoje o brasileiro sabe viajar de forma mais barata. Quando apresentamos uma solução de casa de férias, pagando apenas pelo que usa, é uma forma inteligente desta economia. O destino turístico ganha também, este modelo de negócio fideliza o cliente e traz novos consumidores através das famílias fidelizada.
A que você credita esse sucesso do novo modelo no Brasil?
Ênio Almeida – O crescimento da multipropriedade no país se explica pelo aquecimento do turismo interno e valor reduzido da fração imobiliária. O comprador investe menos na aquisição e manutenção do imóvel e empreendedores ou incorporadores viabilizam venda mais rápida e para mais pessoas.
Essa poderá ser uma tendência para a expansão do turismo no país?
Ênio Almeida – Acredito que seja a única, principalmente pelo desenvolvimento de novos resorts. Pelo ponto de vista do incorporador a única forma de alavancar resorts nesta modalidade é vendendo em formato de multipropriedade. Hoje, fazer resort patrimonial custa caro com Payback muito alongado.
“Não se trata de algo passageiro, mas algo que veio para provocar uma profunda mudança nos setores imobiliário, hoteleiro e turístico”

O mercado de propriedade compartilhada movimenta bilhões de reais por ano e atrai cada vez mais empresas interessadas em realizar negócios nesse segmento. (Foto: divulgação).
E como funciona?
Ênio Almeida – Pode-se, por exemplo, adquirir a cota de um apartamento em Caldas Novas, com estrutura de lazer, a partir de R$ 40 mil para uso vitalício de até 4 semanas ao ano – neste caso, divide-se o imóvel com até 13 proprietários. Cada dono usufrui do imóvel de duas a quatro semanas ao ano (dependendo de como foi modulado o resort), com divisão de datas equilibradas para todos (alta e média temporada). Os custos de manutenção são proporcionais ao programa de uso escolhido.
Fale um pouco sobre suas experiências no segmento.
Ênio Almeida – Sou diretor executivo da W Palmerston Holding, líder do mercado de multipropriedades no Brasil, fazendo a gestão e acompanhamento dos investimentos de empresas da holding, todas são ligadas ao turismo imobiliário.
Quais foram as lições aprendidas?
Ênio Almeida – Foram muitas, nosso modelo de negócio está na 3ª geração. Temos feedback de mais de 50 mil clientes que, através do nosso Big Data, geram informações e ações para melhoria de venda, processos, produto, empreendimento e serviços.
O que faria diferente?
Ênio Almeida – É fácil olhar para trás depois da lição aprendida, acredito que tudo que foi feito era para ser. O mais importante agora é continuar escutando nossos clientes e melhorarmos de forma contínua.
Qual orientação você daria para quem está entrando no segmento?
Ênio Almeida – Procurar empresas sérias, hoje tem planilhas maravilhosas, porém colocar o projeto em pé precisa de muita expertise e especialização na vertical do mercado de multipropriedade.

Ênio Almeida, diretor executivo da W Palmerston Holding. Possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Com mais de quinze anos de experiência no mercado imobiliário e Fractional, atua nos setores de novos negócios, Marketing, Serviço de Atendimento ao Cliente, Tecnologia da Informação, Processos empresariais, Recursos Humanos e Responsabilidade Social.
Sobre o ADIT Share
Mais importante evento sobre timeshare e multipropriedade do Brasil, o ADIT Share, promovido pela ADIT Brasil – Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil, realizará sua sexta edição de 18 a 19 de junho no Enotel Convention & Spa Porto de Galinhas, em Pernambuco. Em um cenário no qual o Projeto de Lei de Multipropriedade já foi aprovado no Senado e encaminhado para a Câmara, a programação contará com diversos painéis com participação de especialistas referência no mercado que abordarão as tendências para a propriedade compartilhada, entre outros assuntos. As inscrições podem ser feitas pelo site www.adit.com.br/aditshare/ ou pelo telefone (82) 3327-3465.
Informações para imprensa:
2PRÓ Comunicação
Teresa Silva – teresa.silva@2pro.com.br
Myrian Vallone – myrian.vallone@2pro.com.br
Marcos Coelho – marcos.coelho@2pro.com.br
Tels. +55 (11) 3030.9463 / 3030.9403
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