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Turismo brasileiro em alta impulsionou economia do país em 2024
Brasil se posiciona como destino atrativo e sólido para investimentos turísticos e imobiliários em 2025
O turismo brasileiro caminha para um cenário de expansão e amadurecimento, é o que apontam os números do setor em 2024. Movimentando uma parcela significativa da economia no país, o fluxo de viajantes tem aumentado e impactado diretamente na receita e geração de empregos.
Segundo dados do Ministério do Turismo (Mtur), este ano foram empregados 3,51 milhões de trabalhadores formais – um crescimento de 7,9% em relação ao período pré-pandemia. Os segmentos com maior criação de vagas, dentro do setor, foram os de alojamento e alimentação, com 33,3 mil novos postos no último trimestre, cerca de 21,8% a mais que no ano anterior.
No acumulado recente, o setor criou 54 mil empregos formais entre agosto e outubro, um crescimento de 32% em relação ao trimestre anterior. Até janeiro de 2025, durante o período de alta temporada de férias e viagens, a expectativa é que as contratações temporárias em empreendimentos turísticos somem 76,5 mil vagas.
Além disso, de janeiro a setembro de 2024, as receitas do turismo nacional atingiram cerca de R$ 148,3 bilhões, um recorde nos últimos 13 anos de mensuração pela FecomercioSP, ainda segundo divulgação do Ministério do Turismo.
Destinos e turistas
O dinamismo do mercado é um reflexo da demanda por experiências mais diversas de viagem, ponto forte do turismo nacional. Em vista disso, a lista de destinos mais procurados do país, neste ano, é liderada por Rio de Janeiro (RJ), Maceió (AL) e São Paulo (SP), respectivamente.
Porto de Galinhas (PE) e Porto Seguro (BA) também figuraram no ranking do Mtur, seguidos por Gramado (RS), Natal (RN), Fortaleza (CE), Campos do Jordão (SP) e Salvador (BA) compondo o top 10.
São Paulo liderou como porta de entrada para turistas estrangeiros, recebendo 1,2 milhão de visitantes internacionais, seguido pelo Rio de Janeiro (868,3 mil) e Rio Grande do Sul (647,7 mil).
Os turistas internacionais também colocaram mais de US$6 bilhões na economia brasileira nos dez primeiros meses de 2024, maior valor em 30 anos. Os resultados reforçam a recuperação pós-pandemia e a relevância das políticas de promoção internacional.
A expansão do segmento de multipropriedade
De acordo com Caio Calfat, fundador da Caio Calfat Real Estate Consulting e presidente da ADIT Brasil, 2024 foi um ano positivo para o setor de multipropriedade, mesmo com desafios econômicos e políticos.
“A gente vai comprovar isso no relatório que será entregue em maio de 2025, durante o ADIT Share. O fato é que continuamos registrando o crescimento de anos anteriores, agora, sem a ameaça da pandemia, embora com outros desafios, especialmente os de ordem política e econômica, como o aumento do câmbio e da inflação”, diz Calfat.
O empresário também destacou que a falta de aprovação da reforma tributária trouxe incertezas que impactaram o mercado. Apesar disso, os estudos para relatório já indicam o crescimento da multipropriedade de alto padrão, com empreendimentos surgindo tanto em destinos de praia quanto em montanhas.
“Talvez, sob inspiração do sucesso dos que estão em operação e registrando bom desempenho nos seus locais de origem, outros empreendimentos com o mesmo perfil vêm sendo desenvolvidos no Brasil”, afirma.
Tendências, entrega e experiência do hóspede em multipropriedade
Para João Cazeiro, diretor de Novos Negócios da Livá, um dos principais desafios do setor é a entrada de investidores inexperientes, que focam apenas em números e indicadores financeiros, como o VGV, sem considerar outros aspectos essenciais para a qualidade e sustentabilidade dos projetos.
O executivo comenta ainda que as entregas de empreendimentos também foram impactadas pela dificuldade de captação de funding e pela pandemia, fatores diretamente associados com a instabilidade econômica dos últimos anos.
“Em relação à operação, em nossa avaliação como administradora especializada em multipropriedade, a maior dificuldade do Brasil são as entregas. E nós sabemos que o financiamento é um desafio e impacta na entrega da obra”, revela Cazeiro.
Contudo, Cazeiro reforça que a retomada do mercado com diversos lançamentos em destinos de todo o país mostra a tendência de crescimento e capacidade de desempenho do segmento de multipropriedade.
“A principal surpresa de 2024 foi a retomada do mercado, com o lançamento de muitos projetos. A gente vinha de anos difíceis de funding e tivemos, neste ano, muitos lançamentos, tanto em novos destinos como em destinos consolidados”, ressalta.
Perspectivas para 2025
Para além das questões econômicas e políticas, Calfat tem expectativas otimistas para 2025, na perspectiva de que o Brasil continuará se posicionando como um destino atrativo e um mercado sólido para investimentos turísticos e imobiliários.
“Para dar um panorama geral, somente em São Paulo, em função do sucesso de implantação dos destinos turísticos e dos programas da Secretaria Estadual de Turismo, bons empreendimentos estão surgindo e isso traz uma perspectiva positiva muito grande. E na multipropriedade é a mesma coisa. Além disso, indiscutivelmente, o setor está mais robusto, pujante e maduro” acredita Calfat.
Segundo Cazeiro, é fundamental que os novos players estejam prontos e tenham um bom alicerce técnico e informações para integrar o setor de forma sustentável, mantendo a qualidade e o crescimento constante.
“A indústria da propriedade compartilhada, em geral, e a multipropriedade, em particular, está consolidada e tem muito espaço para crescer. Mas é preciso preparo e conhecimento para integrar o setor com qualidade e contribuir para o seu desenvolvimento”, enfatiza Cazeiro.
- Maíra Sobral – Coordenadora de conteúdo na ADIT Brasil
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