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Região Nordeste lidera em projetos de Multipropriedade no país. Pesquisa aponta VGV de R$ 24,1 bilhões em 2020
O número de empreendimentos de multipropriedade no Nordeste cresceu 32%. Não só cresceu, como superou a região Sul – com 28% – é o que aponta a mais recente edição do estudo mercadológico Cenário do Desenvolvimento de Multipropriedades no Brasil 2020. Para a pesquisa foram ouvidos 15 agentes ligados ao setor imobiliário e turístico do país, somando 24 dos principais empreendimentos em atividade. As informações foram cruzadas com o Banco de Dados da Caio Calfat Real Estate Consulting, responsável pelo estudo.
Segundo a pesquisa, o VGV potencial cresceu 5,93% em relação a 2019, totalizando R$ 24,1 bilhões. A absorção de vendas está em 57% desse total, restando 43% em estoque, o que resulta em uma pequena melhora em relação ao ano de 2019, que registrou estoque de 45%. Diante da pandemia do COVID-19, o estudo é um dos mais relevantes para entender os possíveis impactos do distanciamento social no setor de turismo. O material já está disponível para download.
Para esta edição foram considerados empreendimentos lançados, em construção e prontos entre o período de junho de 2019 e março de 2020. A pesquisa foi dividida em três partes Evolução da Oferta, Sala de Vendas e Operação.
“Esse relatório aponta as conquistas do setor até fim de março de 2020, um mercado com sinais de amadurecimento, com crescimento expressivo em relação ao ambiente econômico ainda longe dos seus melhores dias, expansão territorial abrangente e diversidade de modelos de projeto, no que se refere a variedade de tipologias de empreendimentos ofertados e de público-alvo”, explica Caio Calfat, Diretor-geral e fundador da Caio Calfat Real Estate Consulting e também presidente da ADIT Brasil.
Uma das novidades, é que, a partir desta edição, os relatórios vão focar, também, em aspectos que mostrem como o setor opera. “Estávamos focados no desenvolvimento e expansão da multipropriedade, mas agora entendemos que é um novo momento. Revisamos dados, melhoramos critérios de controle e até retiramos alguns empreendimentos considerados no relatório passado”, explica Calfat. “Em 2021, realizaremos esse estudo a cada três meses como forma de estreitar laços com os players e orientar o mercado.”
Atualmente existem 53 projetos de multipropriedade em operação no Brasil. “Esse é um dado muito relevante. Nos bastidores desses números constatamos grande movimentação dos desenvolvedores para melhorar a saúde financeira de suas empresas e projetos, por meio de busca de soluções de financiamento, adequação do modelo de negócio, movimentos de profissionalização com alianças estratégicas, fusões e capacitação interna. Novos modelos de venda foram testados, com destaque para o uso da internet”, conta Calfat. No país, o regime de multipropriedade totaliza 109 empreendimentos, um aumento de 18% em relação ao ano passado.
No quesito Operação, o programa de semanas segue com valor médio de R$ 23 mil, com alta de 5% em relação ao ano de 2019. “Em 2019 foram registrados diversos empreendimentos com programas de apenas uma semana. Um ano depois constatamos que o cenário mudou, hoje 42% dos empreendimentos ofertam programa de duas semanas.”
Com expectativas de que todas as atividades interrompidas devido ao coronavírus voltem ainda em 2020, Alexandre Mota, diretor na Caio Calfat Real Estate Consulting, afirma que os resultados obtidos na 5.ª edição do estudo mercadológica deixam claro a força da Multipropriedade diante adversidades. “Não podemos esquecer que esse regime cresceu em meio a recessão econômica de 2015 a 2017, e apenas amadureceu de lá para cá. Novos destinos estão sendo identificados e esse é um ponto muito forte”, diz.
Para além dos destinos consolidados e parques aquáticos, a pesquisa aponta uma expansão geográfica do modelo que atingiu 60 cidades em 18 estados brasileiros. “Temos 15 novas cidades com pelo menos um modelo de multipropriedade em cada. E dessas 15, 12 estão distantes de serem destinos de reconhecimento nacional, por exemplo.”
O estudo ainda se aprofunda em hábitos de consumo, novidades na administração das salas de vendas, crescimento e aplicações do VGV e taxas de manutenção.
Para 2021, é esperado que sejam entregues 4,5 mil apartamentos – o que representa cerca de 2/3 da oferta total já em uso.
“Meus votos são para que as valiosas informações deste relatório orientem o setor a crescer ainda mais. É fato que a Multipropriedade precisa e está se reinventando”, conclui Caio Calfat.
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