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Artigo: Primeiro a varanda gourmet, na pós pandemia os projetos com Biofilia. O que vem agora?
Por Paulo Toledo – CIA MultiplataformaImobiliária
Todos sabemos que o mercado imobiliário tem como praxe replicar de forma continuada, e por décadas, nos seus produtos verticais e horizontais as chamadas “novas tendências”.
Sinceramente, elas não são tendências, mas apenas, e tão somente, a materialização no nosso famoso metro quadrado de uma mudança de comportamento da sociedade.
A famosa e necessária varanda gourmet veio de encontro com a nossa necessidade de socialização e resgate das antigas cozinhas dos nossos pais e avós, que se tornaram inviáveis com as cozinhas ultra-compactas pós anos 2000.
Os projetos com o conceito da Biofilia, cujo termo foi cunhado pelo psicólogo americano Erich Fromm em 1964, traz os elementos da natureza para dentro das nossas casas. Fato que se tornou quase como uma necessidade para a sociedade de um planeta que ficou mais de dois anos trancada dentro de casa.
De acordo com o report de tendências urbanas da internacional Bloom Consulting, a medida que a sombra da pandemia se dissipa a hipermodernidade caminha para um novo estágio, buscando o equilíbrio entre o bem-estar individual e coletivo; a integração entre o físico e digital; e a criação de espaços adaptáveis, flexíveis e integrados que fomentem trabalho, lazer, vida, aprendizado e compartilhamento.
Enxergo claramente duas grandes materializações das tendências.
No produto horizontal, a diversidade de metragens em um mesmo projeto é cada dia mais comum. No mesmo condomínio existem lotes de 300m², 450m² e 600m² e áreas comuns como coworking, hortas, pomar, espaços coletivos de integração e mais, do que , projetos que trazem uma vida extra muros. De forma inexplicável, ou melhor explicável pela Bloom, quem está dentro do condomínio adora estar “fora” dos muros.
Já no produtos verticais, em diversas cidades o mercado está quebrando um grande paradigma, que é o fato de que um empreendimentos de alto padrão não podem ter metragens menores com maiores, ou seja apartamentos com 50m² não podem estar em um mesmo edifício com metragens de 100m²,150m² e até 200m². Cada dia encontramos mais projetos com apartamentos adaptáveis, flexíveis, integrados e com ambientes maiores e muito mais espaço nos seus cômodos.
Áreas comuns abertas para a rua com fachadas ativas e gentilezas urbanas estão surgindo em projetos de alto padrão em todo o país, com cafés e restaurantes no térreo, além de praças e mobiliário urbano abertos para a rua.
Enfim, o sucesso de vendas de um bom projeto vai muito além da óbvia ótima localização. É necessário compreender que o nosso negócio nunca foi e nunca será vender metro quadrado, mas que, mesmo no novo mundo figital (físico e digital), é entender de gente que fará a diferença e sucesso no seu empreendimento.
Paulo Toledo é CEO da CIA Inteligencia Imobiliária e co-fundador da REMAX Brasil. Toledo também é professor do MBA do Universidade de Paris e da Universidade SECOVI, além de ser conselheiro da ADIT Brasil e da Pedra Branca – SC.
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