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NOTA – O amadurecimento das multipropriedades turísticas no país
Pessoas agem de forma diferente frente à realidade. O que chamamos de “mercado”, no final das contas, nada mais é do que o conjunto de pessoas e seus interesses expressados através da oferta e da demanda por produtos e serviços. O sucesso ou insucesso de companhias e segmentos de mercado depende muito mais da governança e das pessoas à frente dessas forças, do que de um ser estranho que magicamente determina o que dará certo ou não. Nos novos setores da economia não é diferente.
O mercado da multipropriedade turística é um setor forte e resiliente. Durante a pandemia, enquanto outros mercados amargaram prejuízos – inclusive o próprio turismo sendo a indústria mais afetada, mesmo assim a multipropriedade cresceu 21,8% entre 2021 e 2022. Segundo os últimos dados, temos 156 empreendimentos em 20 unidades da federação. São números impressionantes para qualquer indústria em início de carreira.
É um produto recém lançado no país, regulamentado pela lei 13.777 de 2018. Está alinhado com as novas tendências de consumo das novas gerações, possibilitando um uso mais racional do produto com preços menores. Ou seja, maior flexibilidade e menor custo que devem fazer o setor crescer muito nos próximos anos. Nos Estados Unidos, onde essa indústria é mais antiga, quase 3% da população possui casa de férias e o setor é tão representativo quanto negócios mais tradicionais.
Os problemas pontuais que o setor eventualmente enfrenta não afetam, nem de longe, a solidez, ética e respeito que o mercado já provou ter. São mais de R$ 4 bi captados no mercado de capitais em operações sólidas que tem possibilitado a milhares de famílias usufruirem suas casas de férias. É um setor com 767.465 frações imobiliárias, gerando centenas de milhares empregos diretos e indiretos.
Os desafios do setor são de organizar para crescer. Nos 80 municípios que já possuem multipropriedades, vários estão sendo desenvolvidos pelo turismo e pelas próprias multipropriedades. Agora, visando este crescimento sustentável, precisam oferecer infraestrutura urbana necessária para os novos turistas.
Um grande diferencial do mercado imobiliário é a segurança que o ativo dá. Ondas vem e vão, e o mercado imobiliário resiste, certamente como o mais sólido de todos os investimentos. Passam governos, ciclos econômicos, modas, tendências e o mercado imobiliário segue firme e sólido, garantindo certa estabilidade, segurança e previsibilidade a quem o utiliza como lastro para seus investimentos. Não será diferente desta vez.
Caio Calfat
Presidente do Conselho da ADIT Brasil – Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil
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