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Estratégias para planejar e estruturar empreendimentos de uso misto no Brasil

Modelo de negócio é visto como solução eficiente e sustentável para desafios habitacionais e de mobilidade das grandes cidades
Empreendimentos que integram diferentes funções, como moradia, comércio, serviços e lazer vivenciam desafios e benefícios muito distintos daqueles que possuem um único uso. Foi sobre isso que os especialistas Renê Rocha, da Ativa Urb Consultoria, e Luiz Augusto de Almeida, da Sobloco, falaram durante o webinar “Como planejar e estruturar projetos de uso misto?”, realizado pela ADIT Brasil, na última terça-feira (8)
O encontro online reforçou que o modelo tem ganhado protagonismo no país, impulsionado especialmente pelo crescimento das cidades, pelas mudanças nos hábitos da população e pela busca por mais praticidade e qualidade de vida.
“São coisas assim que mudam consideravelmente a forma como a gente vem desenvolvendo os nossos produtos. Primeiro por essa escassez de terrenos, então a gente já não tem mais grandes terrenos para fazer grandes condomínios; por essa necessidade da gente integrar esses usos; e por essa busca de qualificar esses espaços”, afirma Renê Rocha.

A experiência da Sobloco com a Riviera de São Lourenço serviu como exemplo prático de comunidade planejada de longo prazo. Para Luiz Augusto de Almeida, o sucesso do empreendimento está diretamente ligado à governança, à infraestrutura de suporte e à disposição de correr riscos no início do projeto.
O executivo ressalta a necessidade de um planejamento estratégico robusto, que vá além da arquitetura, pensando no zoneamento, nas vocações de cada área e na escolha de âncoras comerciais, como supermercados ou centros de compras.
“A gente faz um zoneamento próprio para a área que a gente quer desenvolver, já pré-determinando onde vai ser o residencial, onde vão ser os serviços, comércio, se tiver até indústrias. Já determina também potencial construtivo, recursos e taxa de ocupação”
Luiz Augusto de Almeida
Almeida compartilhou algumas das estratégias adotadas para incentivar a construção, preservar a qualidade dos empreendimentos e atrair negócios relevantes, mesmo em áreas afastadas dos grandes centros urbanos.
“A gente faz uma normatividade geral procurando centralizar a área comercial no coração do projeto para que ele fique equidistante de todos os moradores. Pode ser um shopping, pode ser um centro comercial muito bacana com um parque, com elementos que levem as pessoas para se divertir e ter uma permanência um pouco mais prolongada”, exemplifica o empresário.
A gestão do mix comercial, por sua vez, precisa ser bem conduzida para evitar a saturação de determinados segmentos e garantir um ambiente dinâmico e atrativo tanto para moradores quanto para visitantes.
“Quando você está projetando esse uso comercial e serviços para ser a âncora do seu projeto de longo prazo é não vender [a operação]. Acho que não dá para repassar isso sem garantir a gestão do mix, sem você ser dono desta operação, mesmo que ela seja rentável para venda”, completa Rocha.
Assista ao webinar completo:
- Por Maíra Sobral – Coordenadora de conteúdo na ADIT Brasil
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