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Diálogo e foco no desenvolvimento auxilia saúde mental dos profissionais, aponta GPTW

Consultoria elenca principais desafios e soluções para a relação das empresas e colaboradores
Lidar com crises e insatisfações coletivas pode ser um dos maiores desafios de uma empresa, seja o seu quadro de funcionários pequeno ou extenso. Esse tipo de situação exige um plano de ação eficaz para minimizar os conflitos e manter a harmonia da equipe, como cultura organizacional positiva, benefícios atraentes, oportunidades de crescimento e um ambiente de trabalho saudável.
Segundo o relatório Tendências Gestão de Pessoas 2024, realizado pela Great Place To Work (GPTW) em parceria com o Ecossistema Great People, o principal desafio da gestão de pessoas no último ano foi a saúde mental dos colaboradores, seguida pela comunicação interna e pelo desenvolvimento e capacitação de lideranças.
Como alternativa para tratar a pauta da saúde mental, as empresas encontram como principais soluções as palestras e rodas de conversa sobre o tema, o treinamento das lideranças e a oferta de terapias online como benefício.
Por outro lado, as prioridades da maior parte das empresas consultadas é encabeçada pelo desenvolvimento e capacitação de lideranças, enquanto a saúde mental surge apenas no 5º lugar da lista.

Estratégias para ter um bom ambiente de trabalho
A partir disso, algumas estratégias podem ser adotadas para tornar uma organização um bom lugar para se trabalhar. Viviane Magalhães, diretora de Talento, Cultura e Felicidade do Grupo Tauá elenca algumas das que fazem a diferença para a retenção e cuidados de um time de sucesso.
Para ela, o ponto de partida para administrar com prudência os possíveis problemas enfrentados pelos empregados é adotar a escuta ativa, incentivar o diálogo aberto e ter transparência com os acontecimentos e condições da empresa frente às dificuldades enfrentadas pelo time.
“Para mim, o funcionário deve ter o mesmo tratamento do cliente. Não deve haver diferença. Ele deve ter uma boa estrutura para exercer o seu trabalho e não pode faltar humanização em todos os processos”, defende Viviane.

Da mesma forma, Lucas Fireman, fundador e CEO da ZAUT, plataforma de benefícios, também defende o diálogo como o primeiro passo para restabelecer o equilíbrio no ambiente de trabalho. Assim, o executivo acredita que será possível chegar a um acordo que seja mais benéfico e adequado para o caso de cada colaborador.
“Primeiro passo é escutar as pessoas, não adianta achar que já sabe de tudo. Segundo passo é estabelecer um plano de ação e divulgar as medidas e os resultados sempre que possível. E, caso seja algo desmedido, identificar as pessoas que estão insatisfeitas com a empresa e tratá-las na sua individualidade, exemplo, se ela não quiser mais trabalhar na empresa, facilitar sua rescisão pode ser um caminho”, explica Lucas.
Desenvolvimento profissional e formação de lideranças
Promover o desenvolvimento profissional e a liderança entre os membros da equipe é outra tarefa essencial para manter a satisfação e o interesse dos funcionários — além de cativar bons candidatos para as novas vagas da empresa. Isso costuma ser feito por meio de treinamentos, mentoria e oportunidades de progressão na carreira.
“Nosso cérebro funciona na base da recompensa, isso pode ser algo material ou não. Sempre que vivi ambientes de desenvolvimento profissional, tínhamos da empresa o reconhecimento daqueles que se desenvolviam, promoções para aqueles que mereciam e feedbacks constantes sobre como foi a performance e o que fazer para melhorar. Assim a empresa já identificava quem tinha o perfil e trabalhava em treinamentos mais direcionados”, elucida o empresário da Zaut.
Lucas diz ainda que entender as habilidades e qualidades fundamentais para ser um bom líder, como comunicação eficaz, empatia, capacidade de tomar decisões, integridade e motivação, é crucial para construir um ambiente de trabalho produtivo, eficiente e harmônico.

“Um bom líder é aquele que entrega resultado, com o time e dentro das regras do jogo. Para isso, ele precisa entender de gente, como motivar, como direcionar, como fiscalizar, como medir, como ajudar. Um bom líder multiplica, faz as pessoas se sentirem pertencentes e as ensina a serem profissionais melhores. Geralmente um bom líder, está sempre ‘formando’ outros bons líderes para a companhia ao longo do tempo”, completa.
Iniciativas para colocar em prática
Para que as estratégias não fiquem apenas no campo das ideias, os executivos comentam algumas ações que podem ser executadas na maioria das empresas, promovendo não apenas o desenvolvimento profissional e a liderança, mas também a política de benefícios adotada pela organização dentro dos direitos e funções do time.
Lucas cita a importância de atingir o equilíbrio entre desafio, pagamento e cultura. Na visão do CEO da Zaut, o foco da empresa deve estar sempre em desenvolver os talentos. Já Viviane cita algumas das iniciativas aplicadas com sua equipe.
O Grupo Tauá criou o conceito de emocionadores (como os funcionários do hotel são chamados), uma vez que o time tem o objetivo de emocionar os hóspedes com o atendimento, serviço e experiência de estadia. Seguindo essa proposta, é necessário que a equipe esteja feliz e emocionada para passar o sentimento adiante.

Desse modo, Viviane revela que o grupo possui diversos programas de treinamento e, para determinar quais serão os temas abordados, são colhidas opiniões e feedbacks das lideranças, dos clientes e também dos emocionadores. Com essas informações, as iniciativas são desenvolvidas de maneira personalizada.
“Em 2024, um grande destaque é o programa de Sucessores do Grupo, que foi reformulado para fazermos um acompanhamento individual e personalizado com o objetivo de acelerar o processo de crescimento e desenvolvimento dos emocionadores. Temos também a universidade Corporativa do Tauá, a Unisorriso, com as escolas técnicas das áreas”, relata a diretora de talentos.
A pesquisa completa de Tendências Gestão de Pessoas 2024 da GPTW pode ser acessada clicando aqui.
- Por Maíra Sobral – Analista de conteúdo na ADIT Brasil
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