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COMPLAN 2014 com recorde de público e lançamento do primeiro livro da ADIT Brasil
Durante três dias, a quarta edição COMPLAN reuniu 400 pessoas na sede do Secovi, em São Paulo. Evento discutiu o conceito do Bom Urbanismo, apresentando cases nacionais e internacionais de empreendimentos planejados, além de lançar “Comunidades Planejadas”, a primeira obra literária da entidade ADIT Brasil
Entre os dias 11 e 13 de setembro de 2014, a Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil – ADIT Brasil – realizou a quarta edição do COMPLAN, o principal evento nacional sobre loteamentos, bairros, cidades e resorts planejados. O Secovi/SP foi o local escolhido para fomentar a discussão acerca das alternativas modernas e rentáveis rumo à ordenação territorial no Brasil, propondo o envolvimento direto dos atores da indústria imobiliária nacional.
A cada versão do Seminário Internacional de Comunidades Planejadas – COMPLAN, a entidade consegue superar a edição anterior em número de adesão. Em 2013, o COMPLAN juntou 350 participantes em Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco. Em 2014, o COMPLAN foi o evento de maior público da associação, onde os principais urbanistas, arquitetos, engenheiros e consultores atuantes no Brasil e no mundo marcaram presença. Participaram também: investidores, incorporadores, construtoras, loteadores, proprietários de terras, redes hoteleiras, administradoras condominiais, e empresários interessados nesse segmento de mercado.
Ao abrir oficialmente o evento, Felipe Cavalcante, presidente da ADIT Brasil, salientou a relevância do Bom Urbanismo para organização urbana no País, convidando Caio Sérgio Calfat, vice-presidente de assuntos turístico-imobiliários do Secovi/São Paulo para o palco.
Cavalcante destacou a importância de conseguir reunir representantes de 18 estados brasileiros para discutir o bom urbanismo e sua aplicação na prática. Para ele, a equipe da ADIT está de parabéns porque vem conseguindo colocar na agenda do setor privado, o setor imobiliário nacional, o desenvolvimento urbano e o bom urbanismo. De acordo com as observações do presidente da ADIT, no momento em que houve uma explosão de Comunidades Planejadas no Brasil, o segmento ainda era pouco conhecido por parte dos empresários brasileiros. “Nesses quatro anos de trabalho, muitos empresários se conscientizaram das vantagens e desvantagens dos empreendimentos planejados e na quarta edição do COMPLAN, percebe-se que existem construções nacionais muito mais maduras e estruturadas do que nos anos anteriores”, salienta.
Nos dois primeiros dias do COMPLAN (11 e 12) foram exibidos 11 painéis e workshop, além do lançamento da obra “Comunidades Planejadas”. Já no último dia (13), uma visita técnica ao bairro planejado Espaço Cerâmica, situado na região de São Caetano do Sul, em São Paulo, encerrou as atividades.
Os painéis abordaram os preceitos da corrente do Bom Urbanismo e de sua aplicação prática em projetos imobiliários; destacaram soluções para crises globais ligadas ao desenvolvimento de grandes projetos imobiliários e apresentaram modelos de comunidades planejadas desenvolvidos dentro e fora do Brasil, expondo os desafios e as lições vivenciadas pelos empreendedores.
Cases como o Plano de Desenvolvimento Urbano Estratégico para Alphaville, Tamboré, Barueri, Santana de Parnaíba e região metropolitana, foram apresentados pelo arquiteto, urbanista, mestre e doutor, Carlos Leite (Stuchi & Leite Projetos e Consultoria em Desenvolvimento Urbano). O especialista Arthur Parkinson (Parkinson Desenvolvimento Imobiliário Ltda.) enfocou a visão do investidor no case Alphaville, opinando sobre a iniciativa acerca da elaboração de leis para o desenvolvimento urbano no Brasil. “Cabe a nós a responsabilidade de levar uma legislação ao poder público”. A legislação precisa encontrar o equilíbrio das retroalimentações urbanas, contemplando os elementos de conectividade, as chamadas células de desenvolvimento urbano. Thomaz Assumpção, engenheiro e sócio proprietário da Urban System, empresa especializada em pesquisa de mercado, geoprocessamento e análise da lógica urbana, expôs o Bairro Estruturado de Palmas. Para Assumpção, a cidade é coautora da expansão urbana (desenvolvendo-se no sentido que atinge a borda da cidade). “Nesses casos, é preciso existir uma densidade coerente”.
Rodrigo Rinaldi de Mattos (De Fournier) mostrou a Reserva dos Camassarys, o primeiro bairro planejado de Camaçari, na Bahia. Para Rinaldi, a questão da segurança nas cidades impõe uma densidade maior. “Deve funcionar como uma malha muito bem conectada, onde os pontos quentes e os frios são identificados para conseguir manter a cidade pulsando”. O Projeto Alto do Paiva, situado em Pernambuco, estado do Brasil que concentra o maior número de comunidades planejadas, foi exibido por Saulo Suassuna (Nova Urbanismo). Suassuna afirmou que a grande vantagem de uma cidade planejada está na oportunidade de convivência entre as pessoas, proporcionada pelas diferentes tipologias.
Assuntos como a “importância da preservação do espaço público”, “densidade urbana”, e também “licenciamento de empreendimentos imobiliários na era do Nimbys” foram amplamente discutidos no evento. Projetos como a Riviera de São Lourenço, Cidade Pedra Branca, Porto Maravilha e Seaside são referências de comunidades planejadas desenvolvidas no Brasil e no mundo, sendo respectivamente explicados por Luiz Augusto Pereira de Almeida (Sobloco Construtora S/A), Sérgio Vieira (Pedra Branca Empreendimentos Imobiliários), Alberto Silva (Cdurp/RJ) e pelo estrangeiro Dhiru Thadani (Architect + Urbanist).
Resgatar a qualidade de vida e enfatizar a escala humana são questões indissolúveis à prática do Bom Urbanismo, corrente urbanística que tem como alicerce transformar as cidades em lugares mais agradáveis e funcionais para as pessoas. Aqui, a reorganização do espaço físico é alcançada através da utilização de conceitos como sustentabilidade, respeito ao meio ambiente, valorização das áreas públicas por meio da segurança e do incentivo o intercâmbio social, os pilares da reorganização do espaço físico. É uma prática recente no Brasil, mas amplamente explorada na Europa e nos Estados Unidos.
Na avaliação do presidente da entidade, o COMPLAN é um evento de relevância para o mercado imobiliário nacional, forte o suficiente para reunir representantes de diversos estados brasileiros, palestrantes internacionais de alto nível e trazer pela primeira vez para o Brasil alguns temas importantes: como lidar com a oposição em empreendimentos imobiliários, placemakinge vários outros assuntos que vêm enriquecer o setor imobiliário e de desenvolvimento urbano. “Ficamos satisfeitos e acho que foi dado mais um passo na direção de ampliar e consolidar o desenvolvimento do setor urbano brasileiro através do setor privado”, conclui Cavalcante.
Visita Técnica
COMPLAN 2014 encerrou a programação em São Caetano do Sul, promovendo visitação ao bairro planejado Espaço Cerâmica, desenvolvido pela empresa de desenvolvimento urbano Sobloco. Na ocasião, o engenheiro da Daniel Mariano Danielli explicou todo o desenvolvimento do bairro, desde o aterro daquela área até a criação da centralidade através da implantação do Park Shopping São Caetano.
Lançamento de “Comunidades Planejadas”
A cerimônia de lançamento do primeiro livro da ADIT Brasil foi realizada no primeiro dia do COMPLAN. Felipe Cavalcante fez entrega da placa em nome da associação a Luiz Carlos Pereira de Almeida, uma justa homenagem ao presidente da empresa Sobloco, pelo pioneirismo no desenvolvimento das comunidades planejadas no Brasil e pela referência para todos aqueles que fazem o setor.
Em seguida, o presidente lançou o primeiro livro da ADIT Brasil intitulado “Comunidades Planejadas”. A obra que tem como temática as Comunidades Planejadas foi idealizada pelo Conselho Editorial da ADIT Brasil e editada pela Viva Editora. “Este é um momento de imensa satisfação por darmos mais esse passo na educação e orientação do mercado, que é o principal objetivo da nossa entidade.”
Felipe Cavalcante destacou que pela primeira vez um livro coloca não apenas o urbanismo sob a perspectiva prática, contempla também a teoria e aspectos de negócio dentro do desenvolvimento urbano: pesquisa de mercado, licenciamento, uma série de questões práticas para os empresários que querem empreender nessa área.
“O mercado brasileiro é muito carente de título de livros, então esse é um livro que vem preencher um gap [lacuna] que havia na literatura brasileira.” E completou “é o primeiro de muitos que virão, nós pretendemos criar uma bibliografia nacional”.
Conselho Editorial da ADIT Brasil
O Conselho Editorial da ADIT Brasil é formado por: Felipe Cavalcante – Presidente da ADIT Brasil; André Lompreta – De Fournier; Caio Sergio Calfat – Caio Calfat Real Estate Consulting; Ivo Szterling – Cipasa Urbanismo; José Rocha Filho – Núcleo Urbano; Juliana Marques Awad– Parkinson Desenvolvimento Imobiliário; Paola Figueiredo – SustentaX e Thomaz Assumpção – Urban Systems.
Por: Daniela Sampaio
Assessora de Imprensa da ADIT Brasil