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Como a China está redefinindo o desenvolvimento imobiliário com inovação e sustentabilidade

Mercado brasileiro poderá conhecer de perto as lições sobre habitação, meio ambiente e oportunidades de investimento
A China tem sido uma referência global na implementação de soluções urbanas inovadoras, integrando tecnologia, inteligência artificial, sustentabilidade e novas formas de habitação para enfrentar os desafios climáticos e demográficos.
Com uma experiência de cinco anos no país e um papel estratégico nas relações Brasil-China, José Ricardo Júnior, Co-Chairman & CEO do LIDE China, explica como o país asiático, tendo aproximadamente 30% de seu crescimento econômico atrelado ao real estate, pode inspirar o mercado imobiliário brasileiro.
“A China tem enfrentado inúmeros desafios para a manutenção do seu desenvolvimento e crescimento econômico em 5%, incluindo a urbanização acelerada, onde 64% da população vive em área urbana e 36% vive em área rural”, indica José Ricardo.

Segundo o executivo, a China tem enfatizado a importância de práticas inovadoras e sustentáveis, através das políticas públicas e regulações internas de longo prazo, da gestão inteligente de propriedades, do incentivo às iniciativas de habitações acessíveis e investimento nas plataformas online para venda de imóveis.
“A sustentabilidade e a tecnologia são os pilares e as forças motrizes para a implementação de diretrizes e desenvolvimento do real estate chinês. A China tem buscado desenvolver uma sociedade sustentável e de baixo carbono por meio do reflorestamento, controle da poluição da água e do ar, especialmente de grandes áreas urbanas”, explica.
Compromisso com a sustentabilidade e meio ambiente
José Ricardo conta que há diversas inovações chinesas para serem observadas pelo mercado imobiliário brasileiro, como a promoção da infraestrutura urbana verde, que pode prevenir desastres naturais causados pelas mudanças climáticas, como chuvas intensas e secas prolongadas.

“Por exemplo, a intensificação das ‘cidades-esponja’, com o aumento de espaços urbanos para absorver água em vez de deixá-la fluir para canos e ruas, diminuindo inundações e reduzindo emissões de carbono.”
José Ricardo Júnior
O conceito de cidade-esponja foi criado pelo arquiteto chinês Kongjian Yu e consiste em criar espaços e infraestruturas artificiais, semelhantes ao ambiente natural, capazes de absorver, reter e liberar a água da chuva, para que ela cumpra o ciclo natural sem provocar danos, especialmente para a vida urbana.
Além disso, o CEO do LIDE China ressalta a capacidade adquirida pelas cidades chinesas em relação a adaptação das alterações climáticas, equilíbrio e harmonia da biodiversidade com a qualidade de vida dos habitantes dos grandes centros urbanos.
“A China tem passado por um momento de restauração e renovação tecnológica, com base numa visão governamental de ‘civilização ecológica’ que pode inspirar o Brasil a adotar cases bem sucedidos em prol do desenvolvimento imobiliário sustentável e inovador em nosso país”, destaca José Ricardo.
Lições de habitação acessível da China para o Brasil
O segundo país mais populoso do mundo tem adotado políticas robustas para garantir moradias acessíveis, um desafio também enfrentado pelo Brasil. Desde as reformas econômicas iniciadas no final dos anos 70, os chineses investem recursos habitacionais, focados principalmente em promover a estabilidade social.
“A necessidade de habitações mais acessíveis e eficientes é algo desafiador em todo o Sul Global. A China desenvolveu uma série de políticas públicas relacionadas à habitações mais acessíveis e eficientes após a abertura do mercado e a implementação das reformas política, econômica e social pelo presidente Deng Xiaoping em 1978”, comenta José Ricardo.

Para o executivo, a implementação de políticas similares no Brasil poderia ser facilitada por um diálogo mais intenso entre governo e associações do setor imobiliário. Segundo ele, os investimentos em moradias dignas e acessíveis, aliados à adoção de melhores práticas internacionais, devem trazer soluções sustentáveis para o mercado brasileiro.
“Se faz fundamental a intensificação do diálogo entre governo federal brasileiro e as associações de classe locais relacionadas ao real estate para o estabelecimento adequado de políticas públicas que promovam a acessibilidade da moradia para a sociedade brasileira e a utilização das melhores práticas do mercado imobiliário brasileiro na construção de moradias dignas à toda população”, defende.
Oportunidades de investimentos entre Brasil e China
A relação sino-brasileira vem se fortalecendo ao longo dos anos, e o setor imobiliário pode se beneficiar desse intercâmbio. Recentemente, os dois países fecharam um novo acordo para elevar as suas relações bilaterais, com objetivo de cooperar para o desenvolvimento sustentável e uma ordem internacional mais justa.
“China e Brasil são parceiros estratégicos, com uma relação diplomática que completou exitosamente 50 anos em agosto de 2024 e uma parceria intitulada ‘Comunidade de Futuro compartilhado Brasil-China por um mundo mais justo e um planeta mais sustentável’ ao final de 2024”, diz José Ricardo.

O executivo acredita que o modelo chinês de desenvolvimento imobiliário, baseado em inovação, tecnologia e sustentabilidade, oferece lições valiosas para o Brasil. Ao adotar soluções inspiradas na experiência chinesa, o país pode aprimorar a infraestrutura urbana, promover a inclusão habitacional e garantir um crescimento sustentável no setor.
Assim, a parceria entre Brasil e China no real estate é vista como um caminho promissor para impulsionar o desenvolvimento de ambos os mercados. Considerando ainda a capacidade produtiva do país asiático e o interesse por aplicar recursos na indústria brasileira, essa proximidade se torna também mais atrativa.

“China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, tendo a balança comercial sino-brasileira atingido 157,99 bilhões de dólares em 2024 e o Brasil recebendo cada vez mais investimento estrangeiro chinês em diversos setores, incluindo energia (solar, eólica, hidrelétrica), fabricação aparelhos elétricos, fabricação máquinas e equipamentos, infraestrutura física e digital”, ressalta.
No campo do mercado imobiliário se faz importante um olhar mais atento às melhores práticas chinesas, além de reforçar a relevância da cooperação internacional no desenvolvimento do setor imobiliário.
José Ricardo também pontua o valor de iniciativas como a Missão Técnica China, organizada pela ADIT Brasil, que levará empresários do real estate de todo o país para uma imersão em um dos mercados imobiliários mais dinâmicos e complexos do mundo.

“Essa relação pode ser intensificada por meio de maior intercâmbio entre as associações sino-brasileiras, como com a recepção de delegações chinesas no Brasil e ações e ativações de missões brasileiras para a China — essas que já estão sendo desenvolvidas e exitosamente implementadas pela ADIT Brasil”.
A Missão Técnica China acontecerá de 25 de maio a 06 de junho deste ano, com roteiro por Pequim, Xangai e Xiamen. Inscreva-se e descubra de perto as inovações que estão transformando o mercado imobiliário na China!
Clique para falar com nossa equipe e tirar todas as dúvidas sobre a missão!
- Por Maíra Sobral – coordenadora de conteúdo na ADIT Brasil
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