Artigos / Matérias
Com expectativas altas, players destacam ações para o turismo no Rio Grande do Sul em 2025
Setor foi um dos mais afetados com a crise climática enfrentada no estado
Estado com um dos destinos mais procurados do país, o Rio Grande do Sul enfrentou, entre abril e maio deste ano, o que foi considerada a pior catástrofe climática de sua história. As enchentes afetaram milhões de pessoas em todo o estado, causando 183 mortes, além de deixar milhares de desabrigados e desalojados. A crise também impactou severamente o turismo, um dos pilares econômicos da região.
Passados mais de seis meses do ápice da crise, diversas ações de recuperação foram realizadas e outras estão previstas para alavancar a retomada do turismo no estado, especialmente na Serra Gaúcha, região composta por cidades, como Gramado, Bento Gonçalves, Canela, Garibaldi e outras.
Assim, levando em consideração a vocação existente e as ações desempenhadas já neste ano, 2025 será um ano de muita expectativa não só para os players dos segmentos imobiliário e turístico, mas também para os órgãos públicos e população da região.
“Foi um problema gigantesco pro estado inteiro, mas para o turismo em especial, porque além daquele momento crítico, em que a gente teve problema para todos os lados, a gente ficou com o aeroporto fechado por seis meses. E isso impactou demais, mas agora a gente começa a se recuperar nesse último mês em que o aeroporto retomou”, detalha Thomas Fontana, Fundador e CEO da Somos RS.
De acordo com o governo do estado do Rio Grande do Sul, para enfrentar os desafios foram investidos R$ 265 milhões na recuperação da malha rodoviária. “No início de novembro, 94% das estradas bloqueadas pelas enchentes foram liberadas. Além disso, R$ 14,7 milhões foram destinados à rodoviária de Porto Alegre e R$ 14 milhões ao Aeroporto de Caxias do Sul”, informa em nota enviada à ADIT Brasil.
Turismo no RS e expectativas para 2025
Além das famosas atrações, culinária, arquiteturas que remetem ao estilo europeu e paisagens naturais, o Rio Grande do Sul também é o principal produtor de vinhos do país. De acordo com a Embrapa, somente em 2021 foram produzidos mais de 370 milhões de litros da bebida nas vinícolas do estado.
Isso fez com que o Rio Grande do Sul se destacasse como a terceira maior porta de entrada de turistas estrangeiros no país, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro, segundo dados da Embratur. Gramado, um dos destinos mais procurados do Brasil, recebeu 8 milhões de visitantes.
No entanto, com as enchentes, bloqueios de estradas, fechamento de aeroportos e cancelamento de voos, além da impossibilidade de realizar as atividades turísticas, diversos viajantes tiveram seus pacotes de viagens readequados para outros períodos do ano, incluindo dezembro, alta temporada por conta de uma das celebrações natalinas mais emblemáticas do Brasil, o Natal Luz de Gramado, como explica o CRO do Mundo Planalto, Raphael Almeida.
“A gente tem sentido esse público que iria vir em um outro momento, mas estão vindo agora, no momento mais desejado. Em 2025, a nossa expectativa é que o público natural que vinha nas outras altas temporadas retornem pro sul, e a gente espera um acréscimo de 20 a 25% em relação aos outros anos. Essa é a nossa expectativa”.
Para que essa recuperação do setor fosse eficiente, as entidades e empresas se mobilizaram em ações que impulsionaram o turismo já em 2024. “O trade turístico, não ficou só olhando e esperando essa retomada. A gente acabou tendo uma série de iniciativas que ajudaram na recuperação, como, por exemplo, o nascimento de um instituto chamado RSNasce, que uniu os trades turístico e de eventos, que até então eram bastante desunidos. Esse Instituto tem o papel de, nos próximos três anos, gerar o maior calendário de eventos e o maior fluxo turístico no estado”, relatou Thomas Fontana.
Para Almeida, CRO do Mundo Planalto, a preparação para essa retomada também iniciou já no momento da crise. “A partir do momento que a gente não fechou nenhuma das operações, a gente já começou a se preparar para retomada. Então, com a retomada eu senti o time muito mais engajado, muito mais forte e com muito mais confiança na companhia e também nas estratégias e no que a gente tinha traçado para o futuro”, disse.
Mas Almeida enfatiza que, para atrair e reter os turistas, é necessário investir na experiência do cliente. “A gente acredita que o turista, ainda mais depois de uma crise como essa, está cada dia mais exigente. Ele espera uma experiência muito melhor do que ele já viu anteriormente. Então, nesse sentido, a gente tem investido muito em novas tecnologias e inovação, para que a gente consiga focar em experiências, atrair o cliente para as nossas operações e mostrar que o Rio Grande do Sul é um lugar seguro para ir com a família e que as coisas voltaram para o seu devido lugar”.
Turismo que vai além da Serra Gaúcha
A capital Porto Alegre possui também um grande potencial turístico, que vinha sendo trabalhado, mas que foi prejudicado devido aos acontecimentos do primeiro semestre do ano. Agora, com o início da retomada, Fontana destaca que esse trabalho para fortalecer o turismo na cidade vai continuar.
“Agora, a iniciativa privada vem muito forte, se unindo para fazer uma série de intervenções em favor do Turismo para o ano que vem, como lançamento de novos produtos e a CVC já incluiu o Porto Alegre como um destino a ser vendido, também estamos formatando produtos próprios, houve um movimento de governança na cidade do trade turístico e novos players, para que a gente possa fazer com que Porto Alegre se torne também uma cidade turística”, reforçou o CEO da Somos RS.
Eventos devem impulsionar turismo no estado
O estado conta com diversos eventos que movimentam a economia, geram emprego e renda e impactam positivamente no fluxo das cidades, como o Natal Luz de Gramado, o Carnaval de Uruguaiana, a Expointer, a Semana Farroupilha, o Festuris, entre outros. Além disso, as comemorações devem ser intensificadas, para celebrar os 150 anos da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul.
“Nossos eventos todos estão mantidos, mas, além disso, surgiram novos. Um deles se chama Festival Gaúchos. O Rio Grande do Sul estava com a atenção nacional por tudo que aconteceu, e setembro é um mês tradicionalmente fraco no turismo do estado, porque é uma entressafra, mas, ao mesmo tempo, é o mês em que os gaúchos comemoram a sua identidade, o mês da Revolução Farroupilha. Então, dentro dessa questão se entendeu que a gente deveria criar um festival”, contou Fontana.
A primeira edição do Festival Gaúchos aconteceu em Gramado, durou 11 dias e teve o objetivo de apresentar a cultura do Rio Grande do Sul para todo o Brasil. A próxima edição tem previsão de durar mais de 20 dias.
Por outro lado, o momento de safra também merece ser celebrado. E o objetivo é unir pequenos festivais da Vindima – momento em que se comemora a safra do ano – em um grande evento. A previsão de anúncio oficial deste grande festival é para o próximo verão.
A ADIT Brasil também se mobilizou durante a crise, com a suspensão da mensalidade por um determinado período para os seus associados do estado e com campanhas de doação. Em 2025, para fomentar ainda mais essa retomada, eventos da entidade estão previstos para acontecer na região.
- Graziela França, head de Conteúdo da ADIT Brasil, e Maíra Sobral, coordenadora de Conteúdo da ADIT Brasil
Mais notícias
-
ADIT Brasil lança edição atualizada do Glossário da Propriedade Compartilhada
-
Novo ano de conexões, conhecimento e experiências inicia na ADIT Brasil
-
Condomínios do Litoral Norte do RS serão visitados durante Missão da ADIT Brasil
-
ADIT Brasil lança cursos de Charrette Imobiliária em São Paulo e Porto Alegre