Artigos / Matérias
Campanha eleitoral e resultado das urnas vão nortear investimentos imobiliários no Brasil
Especialistas que participaram do ADIT Invest tiveram opiniões divergentes sobre a situação do setor na
pós-eleição
São Paulo, agosto de 2018 – O momento econômico e político no país ainda gera muitas dúvidas e divide opiniões quanto ao futuro próximo do mercado imobiliário. Durante o painel “O que nos aguarda em 2019?” do ADIT Invest – Seminário de Investimentos Imobiliários e Turísticos do Brasil, que encerrou nesta sexta-feira (24), os especialistas convidados mostraram posições diferentes, mas todos foram cautelosos sobre previsões de longo prazo.
Moderado pelo conselheiro da ADIT Brasil, Sérgio Villas Bôas, o painel mostrou que as principais preocupações residem nos resultados da eleição presidencial de outubro. Para Daniel Cunha, diretor da área Imobiliária do Credit Suisse, num momento como esse há dois cenários possíveis: o governo faz as reformas necessárias na economia do país ou não.
“A queda dos juros surgiu quase como um choque para acelerar os investimentos. Com isso, muitos imóveis foram comercializados. Em 2019, se tivermos reformas, devemos ter juros a um dígito”, analisa. “Já se não tivermos reformas, será difícil prever o que vai acontecer. É quase um desejo que a agenda do governo que assumir tenha uma proposta clara neste sentido e ainda acho que o desenvolvimento imobiliário de propriedades prontas estará mais avançado num patamar de juros mais baixos”.
Já Fernando Crestana, diretor executivo de Fundos de Renda Imobiliária (REITs) do BTG Pactual, acredita que os candidatos devem promover parcialmente alguma reforma, pois há questões de governabilidade e também de agenda do governo com dificuldades de implementação nos próximos quatro anos. Segundo o executivo, para 2019 existe espaço para retomada de fundos imobiliários, considerando um cenário razoavelmente controlado – hoje a principal fonte de capitação é para pessoal física no mercado interno e há cerca de 170 mil investidores no mercado imobiliário brasileiro.
Essas turbulências, na opinião de José Paim, CEO da MaxCap, ajudam a definir que tipo de sociedade nós seremos, a exemplo da reforma da previdência. “Acho que em relação ao mercado imobiliário, muitas questões ainda deverão ser avaliadas a partir do que tivermos de mudanças efetivas no próximo governo. São conjecturas que não têm respaldo”, afirma. “Já não tenho tanta certeza da retomada em 2019. Porém, algumas fronteiras agrícolas onde se vê também um fomento na área de imóveis podem começar a recuperação”.
Luiz Claudio, presidente da Capitalys, faz críticas ao que chama de dominação do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. “Seja qual for o partido que assumir a Presidência da República, é praticamente inviável que o mercado financeiro continue sendo dominado pelo BNDES, entre outros institutos de financiamento. Isso é positivo. Existe um movimento de aumentar a concorrência para novas linhas de financiamento, o que é muito bom para todos os setores do mercado”.
Investimentos futuros
No Painel “Como está o apetite dos investidores? E o que estão evitando?”, José Manoel Alvarez Lopes, sócio sênior da Mauá Capital, lembrou que nos próximos 45 dias a quantidade de transações entre mercado imobiliário e financeiro vai reduzir bastante. “É um período muito curto, num cenário de muita incerteza, o que significa muito risco. Melhor esperar as eleições para se planejar com mais calma, num cenário mais visível”, lembrou. “Isso não quer dizer que ficaremos parados. Continuaremos comprando recebíveis se houver empreendimentos para financiar. Mas todos vão esperar para ver como o cenário se comporta”.
Lopes vê mudanças para o período imediatamente pós-eleição. “Se tivermos clareza do que o novo presidente vai fazer e se está de acordo, por exemplo, com o que os investidores que têm ‘apetite’ para o risco entendem que é o correto ou alinhado aos seus interesses, tudo caminha bem. Caso contrário, ninguém vai se arriscar”, conclui.
Informações para imprensa:
2PRÓ Comunicação
Teresa Silva – teresa.silva@2pro.com.br
Myrian Vallone – myrian.vallone@2pro.com.br
Marcos Coelho – marcos.coelho@2pro.com.br
Tels. +55 (11) 3030.9463 / 3030.9403
Mais notícias
-
Multipropriedade por quem entende: estratégias que funcionam e erros para evitar
-
Complan’24 reúne mais de 700 participantes e amplia discussões sobre o futuro das cidades
-
Criação dos Distritos Turísticos acelera desenvolvimento do setor em localidades do país
-
Artigo – Gestão de Stakeholders em projetos imobiliários: uma abordagem estratégica