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ARTIGO | Uma jornada ao futuro: Como serão os hábitos e comportamentos do consumidor de turismo imobiliário nas próximas décadas?
POR VERTA
Simuladores 360º, Drones para vista aérea e Tour Virtual: Você já parou para pensar em como o mercado de turismo imobiliário deverá atender aos seus consumidores daqui há 10 ou 20 anos?
Já se sabe que uma das principais tendências é a supervalorização da experiência e integração, cada vez mais dinâmica do público aos valores, processos e até produtos e serviços das empresas, ou seja, os consumidores estarão cada vez mais integrados à cultura das organizações e ao seu modus operandi.
Contudo, ainda há um universo de possibilidades, desde ferramentas para um atendimento imersivo, até equipamentos smart, a serem exploradas pelas comercializadoras e incorporadoras, principalmente quando falamos em time share, propriedades compartilhadas e no turismo imobiliário com foco no crescimento sustentável a longo prazo.
Sendo assim, nesse contexto, existe entre todos os profissionais do nicho, uma grande certeza: a tecnologia estará intimamente relacionada à maior parte, se não a todas, as transformações pelas quais o segmento irá passar, desde a compra ou locação, até a estadia e avaliação dos imóveis.
Qual é o papel da tecnologia para o turismo imobiliário do futuro?
A tecnologia sem dúvidas irá desempenhar um papel de protagonismo no turismo imobiliário do futuro, desde a etapa de captação de clientes e jornada de vendas, passando pelo período de tempo dentro do imóvel e até o pós venda, ou locação. Isso porque se hoje em dia os consumidores já têm diversas possibilidades de plataformas que abrangem a negociação, a tendência é de que esses serviços, como por exemplo, sites de compra e comparação de imóveis, apps que oferecem pacotes de viagens e time-sharings, sem contar nos inúmeros fóruns e espaços para comentários e avaliações públicas, apenas aumentem.
Portanto, as comercializadoras e incorporadoras devem investir na tecnologia, com o foco na criação e diversificação de possibilidades, a fim de atender vários perfis de consumidores, sempre de maneira personalizada, cada vez menos presencial e mais virtualmente.
Não à toa que o conceito de Nomadismo Digital foi criado, uma vez que atualmente é uma crescente o número de profissionais que atuam remotamente e portanto não se prendem a espaços físicos por muito tempo, prezando a qualidade de vida e o custo-benefício em detrimento de posses e estabilidade, ou seja é mais válido viver antes de ter, sobretudo para as gerações mais jovens e futuras.
Especialistas apontam que as transformações tecnológicas irão aumentar o desempenho das organizações, que por sua vez, precisam entender este novo perfil de público, bem como serem flexíveis, adaptáveis e estarem preparadas para lidar com a tecnologia por si só. Sendo imprescindível que uma equipe atuando no turismo imobiliário do futuro:
- Seja treinada e capacitada com atualizações constantes sobre as novas tecnologias disponíveis para o mercado, como por exemplo, programas que reproduzem o interior dos imóveis ou serviços que possibilitem uma tour virtual pelo empreendimento;
- Invista em equipamentos que não só disponibilizem, mas que de fato facilitem, o livre acesso interno (dos colaboradores) e externo (dos clientes) à essas tecnologias, como câmeras, simuladores e microfones, por exemplo;
- Escolha parceiros estratégicos, a depender do objetivo, perfil de público e da jornada/funil de vendas, como por exemplo, firmar parceria com um influenciador digital para angariar clientes no lançamento de uma cota imobiliária em um novo resort, ou tornar-se parceiro de um evento que acontecerá próximo, garantindo aos clientes que adquiram sua fração de multipropriedade na localização x e y, durante os dias x e y, terão desconto em ingressos de determinado festival de música, e outros.
Além disso, vale a pena reforçar que o processo das equipes de marketing e vendas dos empreendimentos de turismo imobiliário deve ser sempre aberto, contendo espaço para otimizações frequentes das operações. Permitindo, por exemplo, estudos de rotina sobre a disponibilidade de diferentes métodos de pagamento para locação ou venda de cotas imobiliárias, exibição imersiva dos imóveis, com chamadas de vídeo ao vivo ou vídeos em 360º, redes sociais atrativas, que possibilitem uma interação descontraída, acessível e dinâmica, com respostas rápidas do time responsável, enquetes, pesquisas, lives e outros.
Qual é a importância dos gatilhos emocionais para o turismo imobiliário das próximas décadas?
Essa pergunta parece ter uma resposta óbvia, já que, a criação de gatilhos emocionais tendem a ser cada vez mais decisivos em segmentos de serviços e produtos, que trabalham principalmente com as necessidades e desejos dos consumidores, mas muitas vezes não é levada em consideração pelos times de marketing das comercializadoras e incorporadoras.
É vital que os investidores do turismo imobiliário que pretendem ter sucesso a médio e longo prazo invistam na criação de estratégias que realmente compreendam necessidades, ofereçam múltiplas possibilidades e assim, aproximem os seus empreendimentos do público final.
Neste contexto, os gatilhos emocionais devem ser visto como prioridade no fomento dessas estratégias, porque estão ligados à experiência e às sensações, bem como à construção de sentidos, que o seu negócio tem a intenção de transmitir aos clientes, que por sua vez, no setor do turismo imobiliário, aumentarão a busca por qualidade de vida, personalização e flexibilidade.
Sendo assim, os consumidores das próximas décadas tendem a valorizar ainda mais a identificação e a experiência, sendo a ausência de valores sustentáveis e sociais, e o atendimento negativo, por exemplo, itens que podem associar o seu empreendimento a uma experiência ruim e afastar o cliente do seu negócio para sempre.
Além de reduzir expressivamente as chances de indicação, uma má experiência de compra ou estadia em um empreendimento de propriedade compartilhada, ou casa de férias, por exemplo, também pode restringir drasticamente a recorrência na procura, já que na maioria das vezes, implica em avaliações e feedbacks negativos, dentro e fora da internet.
O que o público do turismo imobiliário buscará nos empreendimentos do futuro?
As comercializadoras e incorporadoras voltadas para o turismo imobiliário das próximas décadas precisam incluir em suas operações um atendimento além de imersivo, cada vez mais com caráter consultivo, ou seja, mais humanizado e próximo do cliente, pronto para mostrar todos os detalhes dos empreendimentos, tirar dúvidas, orientar e garantir além de um fechamento de negócio, uma experiência extremamente positiva e memorável, devendo este ser o foco principal.
De acordo com um estudo complexo chamado “Comportamento do consumidor de imóveis em 2040”, realizado em 2019 pela empresa de consultoria empresarial Deloitte e a a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), as principais tendências são a diversificação de imóveis para atender a famílias com configurações dinâmicas e plurais, com aumento da busca por aluguel e o compartilhamento de espaços comuns, bem como a procura por flexibilidade e a forte valorização do espaço urbano – mobilidade e parques são itens essenciais para a construção de empreendimentos futuros.
A pesquisa indica que as gerações que moldarão o mercado imobiliário nas próximas décadas terão um olhar muito maior do que as atuais gerações para o compartilhamento, bem como para a possibilidade de aproveitamento e redefinição do espaço, sem deixar de lado as tecnologias incorporadas ao imóvel e claro, a sustentabilidade e os custos associados. Entenda melhor:
- Compartilhar, comprar ou alugar?
O compartilhamento tende a ser visto como a 1ª opção para os empreendimentos com foco em turismo imobiliário, e as tecnologias como I.A. serão desenvolvidas para oferecerem imóveis ideais para o público alvo. Isso acontecerá também para os imóveis voltados para a moradia, que serão mais alugados do que comprados, valendo a pena lembrar que só entre entre 2001 e 2015, o número de domicílios alugados no país cresceu 83%, saltando de 7 milhões para 12 milhões no período.
- Flexibilidade: para acomodar, gerir e pagar
As construtoras e incorporadoras devem oferecer soluções imobiliárias que se encaixam em vários perfis de público, com espaços kids, para a terceira idade, acessibilidade PCD, e foco em lazer e segurança. Além disso, tanto para os modelos de Time Sharing quanto para a locação de imóveis, existem diferentes fundos com vocação em fomentar o investimento neste mercado com taxas e valores muito interessantes, com opções de pagamento, gestão de contrato e validações, como por exemplo, crowdfunding, blockchain e empreendimentos geridos por bancos. Segundo especialistas, os nichos de aluguel e vendas de cotas imobiliárias estão cada vez mais atrativos em termos de retorno.
- Conectividade e tecnologia para imóveis mais inteligentes e seguros
As casas do futuro, sejam de férias ou de residência fixa, deverão já ser concebidas com uma integração tecnológica completa, constituindo as chamadas smart homes, ou seja, um hub que interliga os aparelhos eletroeletrônicos dentro dos imóveis. Essas casas inteligentes, também serão voltadas para a segurança, principalmente na ausência dos moradores ou visitantes, com dispositivos como sensores que identificam vazamentos de água e risco de curto circuito, por exemplo. Comando de voz ou gesto, câmeras de monitoramento e vigilância com despertadores, lembretes, delivery e banco serão as tecnologias mais incorporadas aos imóveis.
- Sustentabilidade e custo benefício
Ainda de acordo com o estudo, os consumidores do futuro estarão muito atentos aos custos associados à sustentabilidade dos imóveis. Os serviços mais oferecidos nos empreendimentos das próximas décadas, de acordo com que o público se demonstra mais disposto a pagar, deverão ser coleta seletiva de lixo, espaços verdes e energia elétrica renovável.
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