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Artigo: O empreendedorismo imobiliário brasileiro e a oportunidade do enriquecimento do entorno | Case CEDIT
*Ruth Portugal – Florada Raízes
Sabe-se que, atualmente, o capital imobiliário vem, também, provocando o protagonismo no desenvolvimento do urbanismo e, paralelamente, de infraestrutura, bem como social, sob polos de cidades em expansão. Ou seja, tem-se a formalização de um ordenamento de governança, de forma que a administração pública está cercada por decisões da iniciativa privada. Nesse sentido, se bem elaboradas, podem provocar efeitos positivos sobre a repercussão social, de modo que o entorno seja valorizado e a comunidade tenha um aproveitamento favorável. Em contrapartida, o empreendedor pode ter a valorização exponencial do seu negócio.
Nesses termos, conforme os Indicadores Imobiliários Nacionais, do 1º Trimestre de 2024, sob a fonte da CBIC/CII e elaboração da BRAIN, tem-se abaixo:
Imagem I: Comparativo Unidades Lançadas por Região 1T2024 (Acumulado 12 meses)
Dessa forma, sob o resultado de estudo, percebe-se que dos 12 meses acumulados, até o 1º trimestre de 2024, tem-se o total de 299.494 unidades residenciais lançadas, considerando todas as regiões brasileiras, com destaque para o Sudeste, com 156.268 unidades.
Imagem II: Comparativo entre Unidades Lançadas e Vendidas (1T2024)
Paralelamente, observa-se que, por mais que, sob parâmetros de comparação, no primeiro trimestre de 2023, o número de unidades lançadas tenha sido maior do que no mesmo período que em 2024, o número de unidades vendidas, entretanto, no último foi superior. Isto é, o primeiro trimestre de 2024 foi marcado pelo aumento de 6% no número de unidades residenciais vendidas, se comparado com o mesmo período em 2023. Assim, percebe-se que os imóveis lançados estão de acordo com a demanda do mercado.
Não só isso, mas redes de circulação renomadas no país, também provocam a demanda pelo setor imobiliário, como visto a seguir:
Imagem III – O cenário otimista para o mercado imobiliário em 2024
Imagem IV – 2024 pode ser ponte para novo ciclo de crescimento no mercado imobiliário
Imagem V – Mercado imobiliário prevê recorde de vendas em 2024 e aumento de preço
O brasileiro, muitas vezes, está diante de situações como ocupações ilegais de terra, construções de moradias improvisadas, assim como a ausência de serviços básicos, envolvendo água e energia. Não só isso, tem-se, nos dias atuais, 6,26 milhões de moradias em déficit habitacional, segundo dado apresentado pela Câmara Brasileira de Indústria da Construção (CBIC), concentrados na Faixa 1 (R$ 2.640,00 mensais), do Minha Casa Minha Vida (MCMV). Essa perspectiva aquece o setor imobiliário, como já se sabe, devido à alta demanda e, paralelamente, sob uma taxa de juros de crédito imobiliário baixas.
Nesse sentido, diante dos números apresentados, entende-se pela relação direta entre o empreendedor imobiliário e a evolução da qualidade habitacional, urbanística e, inclusive, social perante os seus negócios imobiliários. Ou seja, o empreendedor imobiliário desburocratiza fases e está diante de muitos tipos de regulações, busca e realiza investimentos, de modo que consolida, para a localidade do seu empreendimento, melhorias e valorizações, que podem dar notoriedade para o mercado interno local. Ocasiona-se, portanto, o enriquecimento do entorno.
Isso pode ser realizado através de melhorias das vias públicas; da organização e intervenção da mobilidade urbana; do desenvolvimento de áreas verdes e espaços públicos, estruturando espaços de lazer e de convivência, compatíveis com a cultura local; aumentando a relação com a natureza, nos termos das reservas obrigatórias e outras reservas possíveis e facultativas; usufruindo de áreas permeáveis, sob os trâmites e limites legais; realizando parcerias com o comércio local, assim como, consequentemente, valorizando os imóveis do entorno diante do impacto causado pelo empreendimento em questão; aplicação de instrumentos sustentáveis, como gestão de resíduos, uso de energia renováveis, aplicação de tecnologias sustentáveis e inclusivas, assim como infraestrutura de baixa emissão de carbono; desenvolvimento de encontros culturais e educacionais locais, através do aperfeiçoamento de centros de cultura e educação, ou, apenas, apoio aos existentes (ou aqueles que pretendem ser realizados); monitoramento de segurança, juntamente com parcerias com a administração local; valorização de patrimônio histórico cultural, se existente; entre outros.
Visto isso, a iniciativa privada pode repaginar bairros, cidades, regiões, de modo a impactar positivamente na esfera social envolvida, que, consequentemente, gera a valorização do seu empreendimento.
Como é o caso do CASE CEDIT, localizado no empreendimento horizontal Florada Raízes, desenvolvido pela GP Desenvolvimento Urbano, na cidade de Cotia, nos termos a seguir:
Imagem VI – Desenvolvimento Florada Raízes
Trata-se de loteamento horizontal aberto, com 540 lotes, possuindo acesso pelo bairro Jd. Japão, bairro que transita entre a classe baixa e média, que teve melhorias nas condições de lazer através das ferramentas aplicadas, conforme na imagem abaixo:
Imagem VII – Infraestrutura Complementar | Florada Raízes
Assim, observa-se que uma comunidade anteriormente precária de infraestrutura está sendo contemplada por instrumentos estabelecidos pela iniciativa privada, como áreas para esporte, ciclovia integrada, iluminação pública integrada, espaços de interação, decks de contemplação, bancos de escalada, playground, equipamentos diversos, infraestrutura, tecnologia, entre outros. Ainda, o empreendimento é marcado por 50% de áreas verdes.
Paralelamente, o impulsionamento local ocorreu não só do empreendimento Florada Raízes, como da implementação do Centro Digital de Integração Tecnológica, tratando-se do Instituto CEDIT, que foi desenvolvido e mantido, pela GP Desenvolvimento Urbano, estabelecido no Florada Raízes.
Imagem VII – CEDIT, no Florada Raízes
Ou seja, tem-se, como eixos centrais, o desenvolvimento humano, a capacitação, as atividades culturais, as atividades educacionais, as atividades esportivas, além do monitoramento do bairro por imagens. Nesse sentido, contempla atividades como aulas de ginástica, danças, capoeira, capacitação digital/tecnológica, espaços com psicólogos, palestras, festividades, hortas, uso livre do espaço pelas comunidades, entre outras atividades, todas elas gratuitas e abertas para as pessoas da comunidade local e região.
Imagem VIII – CEDIT, no Florada Raízes
Nesse sentido, estima-se não só por atividades complementares, mas pela transmutação do sentimento de pertencimento local, autoestima, cuidado com diferentes faixas etárias, autonomia da comunidade e momentos de entrelaçamento, juntamente, com os novos moradores da região, compradores do Florada Raízes.
Para o empreendedor, o tratamento cultural, bem como o entrelaçamento local, direta e indiretamente refina o seu produto imobiliário, ao mesmo tempo que promove efeitos para a melhoria do bairro, viabilizando, mesmo que após a sua saída, diante da venda total do negócio imobiliário, melhorias e valorização para os próximos proprietários e o desenvolvimento natural local.
Visto isso, entende-se que, atualmente, o empreendedorismo imobiliário vai muito além de indicadores financeiros, dado que movimenta não só a qualificação urbana, mas como a social do seu entorno. Nesse sentido, a estrutura imobiliária brasileira está diretamente vinculada com a promoção de efeitos no cotidiano e autoestima da maioria dos brasileiros, para além das ferramentas públicas. Dessa forma, diante do mercado aquecido, nos termos da demanda e déficit habitacional, cabe a reflexão para o empreendedor como atrelar todos os seus desafios e indicadores usuais, juntamente com o bem-estar social e comunitário a ser promovido.
Referências:
Firpo, Renata. O cenário otimista para o mercado imobiliário em 2024. Veja Negócios. Disponível em https://veja.abril.com.br/coluna/real-estate/o-cenario-otimista-para-o-mercado-imobiliario-em-2024. Acesso em setembro de 2024.
Florada Raízes. Gp Desenvolvimento Urbano. Disponível em https://gpdesurb.com.br/empreendimento/condominio-florada-raizes/. Acesso em setembro de 2024.
Lacerda, Coriolano. 2024 pode ser ponte para novo ciclo de crescimento no mercado imobiliário. Estadão Imóveis. Disponível em https://imoveis.estadao.com.br/artigos/2024-pode-ser-ponte-para-novo-ciclo-de-crescimento-no-mercado-imobiliario/#:~:text=Este%20ano%20%C3%A9%20de%20construir,2023%20organizados%20em%20panoramas%20macroecon%C3%B4micos. Acesso em setembro de 2024.
Indicadores Imobiliários Nacionais. 1º Trimestre de 2024. Fonte CBIC/CII e Elaboração Bra!n Inteligência Estratégica. Disponibilizado em https://cbic.org.br/eventos-da-construcao/indicadores-imobiliarios-nacionais-1o-trimestre-de-2024/. Acesso em setembro de 2024.
Moliterno, Danilo. Brasil precisa de quase R$ 2 tri até 2033 para acabar com déficit habitacional, diz estudo. CNN, São Paulo. Disponível em https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/brasil-precisa-de-quase-r-2-tri-ate-2033-para-acabar-com-deficit-habitacional-diz-estudo/#:~:text=Macroeconomia-,Brasil%20precisa%20de%20quase%20R$%202%20tri%20at%C3%A9%202033%20para,com%20d%C3%A9ficit%20habitacional%2C%20diz%20estudo&text=Entre%20recursos%20p%C3%BAblicos%20e%20privados,suprimentos%20e%20no%20restante%20economia. Acesso em setembro de 2024.
Tieghi, Ana Luiza. Mercado Imobiliário prevê recorde de vendas em 2024 e aumento do preço. Valor Globo, São Paulo. Disponível em https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/08/27/mercado-imobiliario-preve-recorde-de-vendas-em-2024-e-aumento-de-preco.ghtml. Acesso em setembro de 2024.
Ruth Carmona Portugal é arquiteta e urbanista, sócia da GP Desenvolvimento Urbano, diretora da AELO e do Secovi-SP.
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