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Condições para investir em hotéis no Brasil estão mais propícias, avaliam especialistas em funding

Participaram do painel: Diogo Canteras, da Hotel Invest; Rodrigo Reali Abdelnur, da HSI (Hemisfério Sul Investimentos); Felipe Boddini Von Zuben, da Riviera Investimentos; e Marcelo Rainho, da XP Asset Management
São Paulo, novembro de 2018 – A perspectiva de aquecimento da economia e decisões normativas recentes podem elevar os investimentos em hotéis no Brasil. Contudo, os meios de financiamento estão mudando e o setor de hospitalidade ainda tem nós a desatar para se tornar mais atraente para o mercado investidor. Foram esses os principais pontos levantados em um concorrido painel realizado no dia 5/11 durante a primeira edição do ADIT Hotel – Seminário sobre Desenvolvimento e Investimentos Hoteleiros. O evento foi promovido e organizado pela ADIT Brasil.
A visão dos investidores sobre o futuro do funding para o desenvolvimento de hotéis no Brasil foi compartilhada com os espectadores por Rodrigo Reali Abdelnur, da HSI (Hemisfério Sul Investimentos), Felipe Boddini Von Zuben, da Riviera Investimentos, e Marcelo Rainho, da XP Asset Management. O painel teve moderação de Diogo Canteras, da Hotel Invest. “Hotéis são ativos complexos, pois têm de ser alugados todo dia”, observou o mediador. “O impacto das crises no setor é profundo. Mas a recuperação também tende a ocorrer mais rapidamente”.
Conforme explicaram os debatedores, a vertente dos hotéis de negócios será afetada pela instrução 602, publicada em agosto último pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ela estabelece nova regulamentação para as ofertas públicas de distribuição de contratos de investimentos coletivos hoteleiros (CICs), de modo a ampliar o público-alvo das ofertas dos chamados condo-hotéis. A ideia é que o mercado de capitais brasileiro fique mais acessível para incorporadores e operadoras hoteleiras.
Na prática, a medida abala o habitual modelo de condo-hotel. “Essa modalidade de financiamento vai diminuir muito. E não será mais norteado por incorporadores, como no passado”, explicou Rainho. Segundo Abdelnur, a expectativa é de que fundos de investimentos assumam o papel dos incorporadores. “O setor terá de buscar novas fontes de crédito e equity. O problema é que hotéis não têm muito prestígio entre investidores e gestores de fundos imobiliários, pois o retorno não é tão alto nem tão rápido quanto o de ativos como shoppings ou galpões”, pontuou o executivo da HSI.
“No mundo inteiro existe o investidor de longuíssimo prazo. Aqui, essa figura é rara”, acrescentou Von Zuben. “Mas acredito que aparecerão investidores profissionais em hotelaria”.
No segmento de hotéis de lazer, o panorama é mais propício. “A classe média brasileira dilatou-se bastante nos últimos vinte anos. O fluxo de viagens internas vem aumentando, lotando resorts”, expôs Canteras. Para os participantes do painel, a situação pode estimular iniciativas com fundos de investimento, CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e operações de descontos de recebíveis.
Canteras repassou que, em lazer, estratégias de timeshare e multipropriedade “estão ‘bombando”. A propósito, um novo Projeto de Lei para regulamentar o regime de multipropriedade acaba de ser aprovado pelo Congresso, dependendo apenas de sanção presidencial. “As regras prometem dar clareza ao investidor e impulsionar a modalidade”, comentou o profissional da Hotel Invest.
Mas o que o setor hoteleiro pode fazer para ser visto com mais apetite pelos agentes de funding? Para os componentes do painel, a questão não passa por correções de estilo dos operadores. “O objetivo de quem aporta recursos é o ganho. Tem que haver ‘match’ entre investidor e produto, um alinhamento de interesses”, definiu Von Zuben. Na mesma trilha, Rainho destacou a importância da comunhão. “Falando como investidor, eu não gosto de perder dinheiro, mas se todos estão perdendo, entendo. Se somente eu estou perdendo, aí eu fico irritado”, declarou o profissional da XP. “Ou todo mundo ganha junto, ou a parceria não faz sentido”.
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