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Chegada do verão deve impulsionar propriedades compartilhadas em destinos de praia e sol
Alta temporada influencia vendas em diversas regiões turísticas do Nordeste ao Sul do país
O verão está chegando e os números do mercado de propriedade compartilhada já começam a ficar mais aquecidos. Especialmente no litoral, com o aumento expressivo do fluxo turístico nesta época do ano, esses empreendimentos registram maior procura e melhores resultados de vendas, confirmando o gosto do brasileiro por praias como sinônimo de lazer e descanso.
E se engana quem pensa que somente o Nordeste, já famoso pelas praias, se movimenta durante as altas temperaturas. Segundo Dainara Warken, gerente de operações no Costão Estaleirinho, em Santa Catarina, a ocupação das cidades litorâneas do estado flutuam bastante e no verão a quantidade de visitantes se multiplica, gerando mais oportunidades de vendas.
“No caso dos projetos no sul do Brasil esta sazonalidade é ainda mais sentida. Apesar de muitos esforços tanto do trade quanto do poder público em fomentar o turismo ao longo do ano, é inevitável que no verão as pessoas se sintam mais atraídas em função da temperatura”, diz Warken.

Luiz André Vasconcelos, diretor da MME Hospitalidade, de Alagoas, conta que isso está diretamente atrelado à qualificação do perfil de viajantes e hóspedes com o produto de propriedade compartilhada. Para ele, o impulsionamento dessa época é importante inclusive para os canais online de vendas.
“A gente vê claramente que nosso ticket médio aumenta. As nossas vendas são impulsionadas, porque a partir do momento que chegam as altas estações, as pessoas mais classificadas, como a gente chama dentro de sala de venda, que são as que têm mais poder aquisitivo, que pagam mais pelas férias, elas tendem a comprar os produtos também de altíssima temporada”, detalha Vasconcelos.
Esse é um detalhe importante, afinal, considerando que o perfil do comprador de propriedade compartilhada pode residir em qualquer lugar do país, mas especialmente em São Paulo, destinos litorâneos nas regiões Nordeste e Sul ganham ainda mais visibilidade.
Além disso, muitos processos de venda podem começar online e serem concluídos presencialmente, com a visita ao empreendimento. Ou seja, um showroom bem estruturado se torna ainda mais indispensável para garantir essa venda, como comenta Átila Gratão, fundador e sócio da GAV Resorts.

“Com esse aumento de demanda, aumenta-se também o fluxo nos showrooms de vendas, aumentando proporcionalmente as oportunidades.”
Átila Gratão
A relação do brasileiro com a praia
Em um país tão grande, a diversidade de destinos e estilos de hospedagens é numerosa e se espalha por todas as regiões. Apesar disso, para Warken, o brasileiro enxerga o litoral como sinônimo de férias, descanso, contato com a natureza e programação para todas as idades.

“O brasileiro adora praia. E num país do tamanho do nosso, em que várias cidades importantes ficam distantes do litoral, o apelo para férias na praia é ainda maior, é objeto de desejo.”
Dainara Warken
Gratão destaca que a demanda surge de uma série de condições que favorecem essa relação tão próxima do brasileiro com o litoral, que desperta inclusive o interesse de turistas internacionais, entre elas o clima e as belezas naturais.
“Toda demanda nasce de um desejo. Férias em destinos litorâneos é um desejo no mundo inteiro, especialmente em nosso país, onde tudo colabora, clima tropical, enorme faixa litorânea, cultura, gastronomia e diversas atrações naturais que essas regiões oferecem. Se tem desejo, tem demanda, se tem demanda, tem atração”, reflete o executivo da GAV.
O potencial do litoral é refletido pela harmonia entre natureza exuberante e estrutura urbana de qualidade. Portanto, capitais e cidades maiores, com mais estrutura turística, se mostram ainda mais promissores para o desenvolvimento de empreendimentos de propriedade compartilhada, como defende Vasconcelos.
“A gente tem uma estrutura, tem serviços, tem belíssimas praias urbanas banháveis. E quando a gente fala de Ipioca, que é a praia do nosso produto e fica na capital, é um destino que vem crescendo cada vez mais, o nome cada vez mais conhecido”, ressalta o diretor da MME.
Ou seja, a combinação entre natureza preservada e infraestrutura de alto padrão reforça o potencial da região para novos projetos. Assim, mesmo áreas urbanas conseguem se manter atraentes para quem busca o refúgio litorâneo.
“É uma praia praticamente intocável, então você tem praias como se fosse praia de Maragogi e São Miguel dos Milagres aqui em Maceió, numa estrutura maravilhosa e grande também”, cita o empresário sobre os pontos fortes do litoral alagoano.
O que o viajante brasileiro procura
Segundo a pesquisa “Tendências e Percepções – Turismo no Brasil”, realizada pela Nexus e divulgada pelo Ministério do Turismo, as viagens de sol e praia lideram o interesse dos brasileiros, com a preferência de 45% dos entrevistados.
“Assim, pesquisas inclusive demonstram que destinos de praia estão muito acima na preferência da média das famílias em relação a outras opções como destinos rurais, de neve, de montanha, de grandes metrópoles e de aventura”, exemplifica Warken.
Estados da região Nordeste lideram com 41% como destinos de viagens preferidos dos brasileiros desde 2023, seguido por Sudeste (35%) e Sul (15%). Para Vasconcelos, isso se justifica exatamente pela característica tropical de mar claro e calor do Nordeste.

“As nossas belezas falam por si só, são coisas que não tem em outros locais como Minas, São Paulo e alguns locais do sul. Podem até ter praia, mas não com águas quentes, calma tranquilas, nosso verde esmeralda e o sol brilhando quase a todo momento.”
Luiz André Vasconcelos
Ainda conforme a pesquisa, para o turista brasileiro, os fatores que mais impulsionam a escolha do destino são os custos da viagem, belezas naturais e a segurança do local. Além disso, para os entrevistados, preços mais acessíveis de passagens, de hospedagem e de alimentação são os principais fatores que aumentam a qualidade das viagens.
Nesse cenário, para quem deseja investir, o Brasil ainda tem inúmeras oportunidades para a expansão de empreendimentos de propriedade compartilhada. O potencial do mercado está diretamente ligado ao processo de identificar regiões com infraestrutura adequada e público interessado.
“Acho o Brasil um país incrível e a questão de potencial está atrelada ao tempo. Tem muito espaço para crescer e explorar. Julgando sobre o potencial hoje, eu escolheria para novos projetos, regiões que tenham demanda, maior densidade populacional em um raio de 300km, bom acesso e logística”, completa Gratão.
- Por Maíra Sobral – coordenadora de conteúdo na ADIT Brasil
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