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Artigos / Matérias

Artigo – Calçadas: Infraestrutura esquecida, mobilidade comprometida

11/08/2025
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Por Camila Oliveira, superintendente de Mercado Imobiliário da ADIT Brasil

O ato de caminhar é, ao mesmo tempo, uma necessidade e um direito urbano básico. É o modo mais acessível de se deslocar, presente na rotina de praticamente todas as pessoas, mesmo que por trechos curtos. Ainda assim, muitas cidades não priorizam o deslocamento a pé, negligenciando a infraestrutura mais elementar da mobilidade: a calçada.

Por que as pessoas estão caminhando menos?

Apesar de todos os benefícios do caminhar — tanto individuais quanto coletivos — o deslocamento a pé tem sido reduzido, especialmente nos grandes centros urbanos. Entre os principais motivos estão a expansão das cidades, visto que os destinos estão cada vez mais distantes uns dos outros, as calçadas em más condições e a prioridade ao carro, com o planejamento urbano que tem favorecido o automóvel em detrimento dos modos ativos de transporte.

Calçadas refletem as prioridades da cidade

Entre os pontos que impactam no deslocamento das pessoas a pé em uma cidade, está a qualidade das calçadas, conforme mencionado anteriormente. Obstáculos, desníveis, falta de pavimentação e interferências como postes, entulho e carros estacionados onde não deveriam estar interferem na caminhabilidade por esse importante passeio.

Calçadas bem projetadas e mantidas não são apenas passagens. Elas ajudam a criar espaços de encontro, convivência e pertencimento. Mais do que isso, conectam as pessoas ao transporte público, ao comércio e aos equipamentos urbanos com segurança e autonomia.


Divisão de uma calçada. Fonte: WRI – World Resources Institute Brasil

Oito princípios para calçadas melhores

O World Resources Institute (WR)I Brasil propõe oito princípios para orientar o planejamento e qualificação das calçadas:

  1. Dimensionamento adequado: largura suficiente para o fluxo de pessoas;
  2. Superfície regular e contínua: pavimento sem buracos ou desníveis;
  3. Drenagem eficiente: para evitar alagamentos e acúmulo de água;
  4. Acessibilidade universal: inclusão de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida;
  5. Conexões seguras: calçadas bem conectadas a cruzamentos, travessias e pontos de transporte;
  6. Ambiente atrativo: áreas com sombra, iluminação e espaços de convivência;
  7. Segurança permanente: visibilidade e proteção dos pedestres ao longo de todo o trajeto;
  8. Sinalização clara: elementos visuais que orientem o caminhar.

Em 2019, o Portal Mobilize avaliou as condições das calçadas em todas as capitais brasileiras, focando em trechos mantidos pelo poder público. Os resultados mostram que:

  • Nenhuma capital alcançou nota 8 (mínimo aceitável);
  • São Paulo teve a maior nota: 6,93;
  • Belém ficou em último, com 4,52;
  • A média nacional foi de apenas 5,71.

Acesse a pesquisa aqui.

Esses dados são especialmente preocupantes, porque os locais avaliados incluem escolas, hospitais e terminais de transporte, ou seja, espaços que deveriam oferecer condições exemplares de acesso e acolhimento. Negligenciar as calçadas é excluir parte da população da cidade. Crianças, idosos, pessoas com deficiência e cidadãos que dependem do transporte público são diretamente afetados por calçadas que não atendem às necessidades básicas dos pedestres. A precariedade no caminhar aumenta o isolamento social, reduz o uso dos espaços públicos e favorece o uso do carro.

Wilde Gontijo, da organização Andar a Pé, destaca que caminhar é um poderoso aliado da saúde pública, contribui para a redução da poluição, dinamiza o comércio e humaniza a cidade. Em suas palavras, “andar a pé pode não estar na moda, mas se entrar, todo mundo vai querer”.

Exemplos que inspiram

Cidades que priorizam o pedestre colhem bons resultados. Exemplos notáveis incluem:

  • Curitiba: Programa Caminhar Melhor com foco em acessibilidade e integração com o transporte público.
  • Buenos Aires: requalificação de calçadas e melhoria das conexões com o metrô.
  • Barcelona: reorganização urbana por meio das “superquadras”.
  • Copenhague: infraestrutura contínua e acessível para pedestres e ciclistas.
Superquadras de Barcelona. Fonte: Del Río Bani (publicado por Leku Studio / ArchDaily)

Por uma política de caminhabilidade urbana

O Estatuto da Cidade e os Planos Diretores Municipais já preveem instrumentos para promover uma mobilidade urbana mais equilibrada. No entanto, é fundamental que as cidades desenvolvam Planos de Mobilidade Ativa específicos, que detalham ações para promover a caminhabilidade urbana.

Esses planos devem considerar:

  • Integração entre calçadas, transporte público e equipamentos urbanos;
  • Desenho urbano baseado na função das ruas;
  • Inclusão de espaços privados com fruição pública;
  • Monitoramento constante da infraestrutura.

Planejar cidades para o caminhar não é apenas uma questão técnica, mas política e ética. É garantir o direito à cidade para todas as pessoas, em todas as fases da vida. Calçadas bem cuidadas representam uma cidade mais justa, saudável e eficiente. São sinais visíveis do compromisso com o bem-estar coletivo e com a qualidade de vida urbana. Revalorizar o caminhar é, acima de tudo, revalorizar a própria experiência urbana.

Referências

AGÊNCIA SENADO. Audiência pública debate condições das calçadas nas capitais brasileiras. Brasília: Senado Federal, 2019. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/09/06/audiencia-publica-debate-condicoes-das-calcadas-nas-capitais-brasileiras. Acesso em: 1 ago. 2025.

ARCHDAILY. Superblock of Sant Antoni / Leku Studio. ArchDaily, 2020. Disponível em: https://www.archdaily.com/938244/superblock-of-sant-antoni-leku-studio. Acesso em: 1 ago. 2025.

BARCELONA CITY COUNCIL. Superilla de Sant Antoni. Survey Fotogràfic. Disponível em: https://www.barcelona.cat/surveyfotografic/en/project/superilla_sant_antoni.html. Acesso em: 1 ago. 2025.

CITYCHANGERS. Barcelona’s Superblocks: The Future of Urban Living? CityChangers.org, 2023. Disponível em: https://citychangers.org/barcelona-superblocks/. Acesso em: 1 ago. 2025.

CNU – CONGRESS FOR THE NEW URBANISM. Are Superblocks the Future of Urban Living? Public Square, 2024. Disponível em: https://www.cnu.org/publicsquare/2024/03/05/are-superblocks-future-urban-living. Acesso em: 1 ago. 2025.

MOBILIZE BRASIL. Campanha Calçadas do Brasil 2019. Portal Mobilize. Disponível em: https://mobilize.org.br/noticias/12799/calcadas-do-brasil-2019-veja-as-notas-das-capitais.html. Acesso em: 1 ago. 2025.

WRI BRASIL. Os 8 princípios da calçada. WRI Brasil, 2022. Disponível em: https://www.wribrasil.org.br/noticias/os-8-principios-da-calcada. Acesso em: 1 ago. 2025.

 

 
 
 
 
 
Camila Oliveira é arquiteta e urbanista e mestra em planejamento urbano pela Universidade Federal de Alagoas. Superintendente de Mercado Imobiliário da ADIT Brasil, lidera os projetos ligados ao desenvolvimento do setor na entidade, como missões técnicas, cursos e eventos.

 

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